25.4.05

Um terramoto divertido


Imagine-se a cena:

«Em que ano aconteceu o terramoto de 1755?» - pergunta o apresentador de um concurso televisivo.

Confrontado com a questão, o concorrente torce-se todo, olha para o ar em busca de inspiração, espreme a memória e arrisca, com voz sumida:

«1755...?»

«CERTÍSSIMO!!!!» - proclama o outro, enquanto ribomba a música, a assistência rompe em aplausos delirantes e o concorrente dá cambalhotas no palco, feliz com o seu desempenho.

Pois é exactamente isso o que ultimamente me fazem lembrar os adeptos e jogadores dos clubes "maiores" quando, depois de grande desespero face a equipas modestíssimas (e até, por vezes, com menos jogadores em campo), lá conseguem ganhar (ou até só empatar...) à custa de um golito suado, tirado a ferros e já em cima da hora - ou em tempo de descontos.

O facto de, com frequência, pequenos clubes reduzirem à insignificância - quando não mesmo ao ridículo - outros que se dizem «grandes» (muitas vezes apenas «grandes» em dívidas, prima-donas malcriadas e dirigentes analfo-tontos), não deixa de ser um «terramoto», embora benigno e com «o seu quê» de divertido...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

De facto, é patético ver casos como os do Mantorras aos saltos e os adeptos esfusiantes depois de um golito contra o Estoril, como se tivessem ganho o Campeonato Interplanetário!

E os jornais de segunda-feira (todos!) a erigirem o esforçado homem em super-herói (dedicando-lhe as primeiras páginas), sem a noção do ridículo que é ver uma equipa como o Benfica à rasquinha com equipas dessas!

25 de abril de 2005 às 16:52  
Anonymous Anónimo said...

Pelo menos conseguiu ganhar o jogo, ao contrário do Sporting. Quando o Liedson não resolve, perdem pontos.

O Porto ganhou com um golo no último minuto e não vejo qualquer referência a isso.

O Estoril fez um jogo de raiva, muito violento e o árbitro ainda foi amigo, caso contrário mais um ou outro teria ido tomar banho mais cedo.

25 de abril de 2005 às 17:34  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Caros amigos,

Obrigado pelos comentários, mas Deus me livre discutir futebol - aqui no blogue ou em qualquer outra parte!
Apenas achei que merecia referência o facto de, actualmente, ser MUITO frequente verem-se "clubes pobres" a fazer a vida negra a "clubes ricos" - pois isso dá que pensar.
O facto de o Real Madrid andar pelas ruas-da-amargura também é paradigmático - tantas "estrelas" e tão tristes resultados...
A genica, o brio, amor à camisola podem valer bem mais do que uma colecção de tontos que se julgam acima da crítica e dos deveres de disciplina.
Para já não dizer do dever de respeito (que muitos não têm) por quem lhes paga o ordenado.

25 de abril de 2005 às 19:33  

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