2.5.15

As voltas de um documento

Por Antunes Ferreira
NESTA SEMANA, depois de ter voltado de Goa, um tema muito quente fez uma vez mais com que a confrontação entre o (des)Governo e os partidos que o apoiam (mais o PR…) e o PS se tornasse uma arma de arremesso por parte dos ditos sociais-democratas e centristas e de contra ataque sustentado do Partido Socialista. Foi ela a apresentação das medidas económicas e financeiras elaboradas por um conjunto de 12 “sábios” economistas e juristas liderado por Mário Centeno.
 Os laranjas decidiram entender que essas medidas levariam o país à bancarrota, por serem inexequíveis, pois se elas viessem a ser aplicadas ia por água abaixo tudo que o (des)Governo fizera para salvar Portugal, mesmo contra a vontade dele. E o inefável vice-presidente do PSD, Marco António Costa veio mesmo “decretar” que as medidas do PS deviam ser “auditadas” pelo Parlamento. De topete a afirmação. Onde se vira tal despautério? Só podia ter partido duma tal cabeça.
Marco apresentou ao PS, melhor, ao grupo de economistas e juristas mandatados pelo partido do largo do Rato que elaborara “uma década para Portugal 29 perguntas destinadas segundo o PSD a aclarar pontos do documento que não tinham ficado muito bem apresentados. Era de novo mais uma tentativa de procurar algo que não existia no programa apadrinhado pelos socialistas. O que não esperava o PSD era a prontidão das respostas.
Elas chegaram num documento que tem mais de 20 páginas, ponto por ponto, os economistas representando o PS explicam as ideias do documento. Tendo por base o cenário da Comissão Europeia, os economistas e juristas adiantaram que a sustentabilidade das pensões passa pela unificação das condições de cálculo das pensões para todos os pensionistas.
Entre gráficos e relatórios matemáticos, as dúvidas do PSD mereceram as respostas dos especialistas que trabalharam no documento para o partido Socialista. Segundo os mesmos técnicos, a redução da TSU gerará "melhores pensões" e o fim da sobretaxa criará 15 mil empregos. Até à data em que escrevo este texto não apareceu nenhuma contra-resposta do PSD. A situação pode considerar-se as voltas e reviravoltas de um documento: este.
Entretanto, Coelho afirmou que o país está a fazer um caminho de recuperação "muito sensível", embora a economia deva crescer este ano 1,6%, e advertiu que não devem ser dados "passos maiores" do que a perna. Expressão que demonstrou mais uma vez que no domínio da língua portuguesa, pelo menos, ele próprio é uma autoridade. Dar passos maiores do que a perna terá algum significado? Ou será mais um anacronismo em que Passos é habitual?
A campanha eleitoral – que nem os mais ingénuos duvidam que já tenha começado – ainda não saiu do adro – mas já está em ebulição. O (des)Governo já veio informar que a coligação se manterá para as legislativas de Outubro e que até a candidatura às presidenciais não está fora de questão. É um esforço que PSD e CDS fazem quase em desespero perante a possibilidade dos socialistas ganharem as eleições.
Para Francisco Assis ”(…) O que perturba o PSD é a sua incapacidade de compreender o verdadeiro alcance da inovadora metodologia agora utilizada pelo Partido Socialista. Tal não é de estranhar, já que a história das últimas décadas daquele partido é caracterizada pela dupla e contraditória adesão a soluções de liderança ora pretensiosamente tecnocráticas, ora ostensivamente alheias a qualquer preocupação de estudo rigoroso e fundamentação séria dos programas apresentados ao país. Só assim se percebe esta estapafúrdia insistência em querer auditar em lugar de querer debater. No fundo é ainda um substrato mental antipolítico que influência o comportamento da coligação governamental.“http://s.publico.pt/ps/1694176 
Por seu turno, o secretário-geral do PS, durante o jantar comemorativo do 1º de Maio para o largo do Rato apelou aos militantes socialistas para que se mobilizassem e reanimassem "o espírito" das eleições primárias internas de Setembro, considerando essencial que uma vitória do seu partido ofereça também condições de governabilidade. António Costa deixou um apelo aos militantes socialistas: "Nas eleições primárias mobilizámos mais de 150 mil portugueses que se inscreveram como simpatizantes. "Temos de reanimar, chamá-los de novo e alargar o leque de simpatizantes", disse. Costa foi a seguir directo quanto aos objectivos eleitorais do PS: "Temos de mobilizar o país para podermos ganhar [as eleições] e em condições de podermos governar", declarou.
Os dados já estão lançados e o caminho até Outubro antevê-se que irá decorrer em tempo de procela. Se a coligação (des)governamental atingir o objectivo que persegue, a reeleição, tudo mudará para continuar na mesma. Para o PS é necessária uma nova política, o que estará ao seu alcance: Mas eleições são…eleições e só depois de contados os votos se saberá o resultado delas.
 No entretanto o PCP, O BE e os Verdes continuam a bater forte e consecutivamente nos socialistas ao mesmo tempo que desancam no (des)Governo. É caso para dizer que têm um pé num lado e outro no outro lado. Uma perfeita demonstração de que no aproveitar é que está o ganho.

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2 Comments:

Blogger SLGS said...

ESTAMOS ESCLARECIDOS:
ANTUNES FERREIRA VOTARÁ PS e...SE PUDESSE...ENCHIA A URNA, BEM ATAFULHADINHA.
ah! JÁ ME ESQUECIA...e depois...SAMPAIO DA NÓVOA.

2 de maio de 2015 às 16:31  
Blogger Unknown said...

Antes do mais - quem é a/o SLGS?

Detesto anónimos e SLGS é um exemplo. Acobertam-se sombra para bolsar asneiras, atacam as minhas (nossas) costas, são verdadeiros Brutus sem dar a face.

Na minha Travessa não entram anónimos, por isso bem tentará SLGS que não passará! Pareço a Pasionária mas não me importo.

Já gastei demasiada cera com SLGS. Já declarei publicamente que votarei PS e creio que disso não veio mal ao Mundo. Pode o anónimo SLGS estar descansado: também votarei Sampaio da Nóvoa.

A urna ficará atafulhadinha - com votos limpos para o PS.

8 de maio de 2015 às 13:16  

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