17.11.18

ALERTA DE DERROCADA NAS PEGADAS DE DINOSSÁURIOS DA PRAIA GRANDE (COLARES, SINTRA)


Por A. M. Galopim de Carvalho
Estive ontem, como aqui noticiei, com um grupo de alunos e respectivos professores, junto das pegadas de dinossáurios da Praia Grande (Colares, Sintra). 
E estive, como se costuma dizer, «com o coração ao pé da boca», desejoso de tirar dali, especialmente as crianças. Uma parte da camada de calcário (sobrejacente à que contém as pegadas), com perto de uma dezena toneladas, ESTÁ PRESTES A RUIR.
O projecto de reutilização da escada que liga a Praia à estrada de Almoçageme e dá acesso às pegadas (diga-se que muito bem protegida por um sólido corrimão), concebeu, e bem, um pequeno patamar, frente a um dos trilhos, com capacidade para uma dúzia de adultos. Pois é, precisamente, sobre as cabeças de quem ali estiver que irá cair, SUSPEITO QUE A QUALQUER MOMENTO, a dita porção de rocha.
Já há mais de uma quinzena de anos, consciente da vulnerabilidade, face às intempéries,  das camadas de calcário, ali empinadas quase à vertical, junto à dita escada, solicitei o parecer de um técnico do Laboratório Nacional de Engenharia Civil que, não só confirmou os meus receios, como indicou o tipo de intervenção a fazer, designadamente, a impermeabilização e consolidação do topo das camadas. Desde então as correspondentes autoridades têm conhecimento (mas nada fizeram) desta dramática situação e do risco que isso representa como perda, para todo o sempre, de um testemunho valioso e raro do nosso passado mais antigo. Esta vulnerabilidade do grande afloramento rochoso representa, ainda, um risco latente para os utilizadores desta escada e dos que, cá em baixo, frequentam a praia.
De então para cá, a jazida com pegadas de dinossáurios da Praia Grande já ruiu e bem, uma vez, felizmente sem causar danos pessoais. Esta derrocada levou-lhe a parte superior da camada, atulhando e atravancando a dita escada, no troço que lhe fica na base, privando os utentes habituais de usar aquele útil percurso.
Recentemente aberta e beneficiada pelo referido corrimão, convida a visitar as pegadas. Nada se fez, porém, quanto à consolidação da jazida e das camadas de rocha associadas, para além da informação do perigo latente, em dois painéis afixados no topo da escada. 

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1 Comments:

Blogger Fernando Ribeiro said...

Esta é uma situação que não se admite. Já houve derrocadas, como o prof. Galopim de Carvalho confirma, e limitaram-se a restaurar a escada e a colocar uns letreiros em que se lê "MANTENHA UMA DISTÂNCIA DE SEGURANÇA"! Como é possível manter uma distância de segurança, se as escadas estão mesmo encostadas à arriba?! Estão à espera de que morra alguém?!

18 de novembro de 2018 às 16:21  

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