18.12.18

Apontamentos de Lagos - «Quanto Vale uma Vida?»

Fez 4 anos, no passado dia 17 de Outubro, que alguém foi atropelado mortalmente na Rua Lançarote de Freitas. As estatísticas oficiais da sinistralidade rodoviária nada mais nos dizem — nem o local exacto, nem as circunstâncias, nem sequer o sexo, a idade ou a nacionalidade da vítima. 

Mas vá-se até lá, observe-se a rua, e repare-se no que devia envergonhar qualquer lacobrigense, responsável ou não: uma centena de metros, com uma faixa de rodagem de cerca de 4 m de largura e dois “passeios” vergonhosos (o da direita chega a ter menos de 20 cm!), que, de tão estreitos, não se podem utilizar — na prática, pode-se dizer que são inexistentes! 
Se foi nesse troço, ou não, que se deu o desastre (aquilo a que os portugueses gostam de chamar “acidente”), não sabemos. O que sabemos é que a rua, que actualmente tem apenas um sentido, é suficientemente larga para comportar, em toda a sua extensão, passeios dignos desse nome. E também sabemos que prover espaço para os peões circularem em segurança é uma das TAREFAS MAIS BÁSICAS de qualquer autarquia, pois está em jogo a VIDA das pessoas. Então, estão à espera de quê? Que morra ali mais gente? Estaremos enganados se aventarmos que essa obra custaria uma pequena fracção do que todos os anos se gasta em festas e bailaricos?
Quanto à resposta à pergunta que está em título... responda quem souber.
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CMR - Colaboração no CORREIO DE LAGOS de Nov 18

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