Aquilino entra no Panteão
A Assembleia da República vai criar uma comissão para definir a data e orientar a transladação dos restos mortais de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional, publicou o Diário da República. O escritor está sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
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AQUILINO É UM MESTRE da língua portuguesa. Sem ele, sem Vieira, Bernardes ou frei Luís de Sousa não teríamos hoje Saramago, o Nobel do nosso contentamento.
Aquilino não foi apenas um grande paladino da língua portuguesa, foi um exemplo de revolucionário e um combatente da liberdade.
Do seu empenhamento cívico e da fecundidade do escritor ficou um património que tem sido votado ao esquecimento. Recordar Aquilino é dever, homenageá-lo uma obrigação e lê-lo uma necessidade.
Há um compromisso que os portugueses deviam assumir: conhecer o Malhadinhas, Terras do Demo e Quando os Lobos Uivam. Depois, partiriam, para uma viagem mais exaustiva à Beira e visitavam o meio rural português através das páginas de um mestre que cultivou a língua com a ternura de um amante e a profundidade de um filólogo.
Aquilino Ribeiro é um escritor quer mergulhou na alma do povo e lhe bebeu as palavras para nos dar a riqueza de uma escrita ímpar de raiz eminentemente popular.
E não lhe faltou tempo para as conspirações políticas, o exílio e as perseguições de que foram vítimas todos os homens ilustres e cidadãos de carácter que viveram a ditadura.
Homenagear Aquilino é um desafio para mergulhar na sua vasta obra e fruir a prosa singular que a exorna.
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