Horas ecológicas
ESTE DOMINGO MUDOU A HORA. Os ponteiros do relógio adiantaram-se 60 minutos, de forma que todos passamos a acordar mais cedo. É essa precisamente a ideia, que aproveitemos as primeiras horas da manhã e gastemos menos energia de noite. Há uma assimetria, pois é-nos desagradável acordar antes do nascer do Sol e apraz-nos prolongar as horas de vigília, aproveitando as primeiras horas da noite para actividades sociais e familiares. Por isso, é uma boa ideia fazer deslizar os horários civis de forma a fazer o dia familiar e social começar quando o Sol se levanta.
Essa boa ideia surgiu pela primeira vez em 1784 na cabeça de Benjamim Franklin, mas as suas recomendações só puderam ser verdadeiramente consideradas quando os países decidiram coordenar as horas legais, o que aconteceu em 1884. Foi durante a Primeira Grande Guerra que se criou a hora de verão. Foi adoptada em 1916 por vários países, entre os quais Portugal. Quando acabou a guerra, muitos desistiram do ajustamento. Vieram a reintroduzi-lo no segundo conflito mundial, mas desistiram de novo após as hostilidades. Com a crise do petróleo voltou-se a usar a hora de verão. Agora, esse ajustamento torna-se ainda mais sensível, pela potencial diminuição de poluição que a poupança de energia acarreta. Por isso, os Estados Unidos e o Canadá anteciparam este ano o horário de verão e fizeram-no começar duas semanas mais cedo do que nós. Nesses países, a hora de verão dura agora 34 semanas, mais do que em qualquer outro. Na União Europeia dura 30 ou 31 semanas, dependendo do ano. Se a moda pegar e tivermos também horas mais ecológicas, pode ser que o verão nos passe a parecer chegar ainda mais cedo.
Adaptado do «Expresso»
Adaptado do «Expresso»
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