PASSEIO ALEATÓRIO
Turismo científico
Por Nuno Crato
NÃO SE CONSEGUE APRENDER a guiar um carro lendo apenas o manual, tal como não se consegue aprender matemática ouvindo apenas o professor. É preciso colocarmo-nos ao volante e arrancar, tal como é preciso pegar num papel e lápis e começar a resolver problemas.
As leituras não chegam. Sobretudo em ciências. Por muito que se ouça falar de pipetas, de rochas, de montanhas e pêndulos, há um saber que é feito de ver, de tocar e de mexer. A televisão e a Internet não bastam. Como não basta encher as escolas de computadores. O ensino, que deveria ser mais exigente e mais experimental, não tem conseguido — com notáveis excepções, claro — colocar os jovens à frente dos tubos de ensaio, dos microscópios, dos calhaus e dos insectos. Grande parte da culpa é nossa, que temos baixado os braços. Mas há algo que todos podemos fazer, que não substitui o ensino experimental, mas ajuda a criar uma predisposição para o conhecimento. E esse algo é mostrar as coisas. Pelo país fora, pelo país que se vê nas férias, há centros de ciência e outros museus vivos que merecem ser visitados. Nem que seja para ver um objecto; nem que seja para lá estar cinco minutos.
A escolha está facilitada, agora que a Ciência Viva promoveu a edição do roteiro «Turismo Científico em Portugal», coordenado por Rui Cardoso e colocado nas livrarias pela Assírio e Alvim. Descreve faróis, elevadores, pêndulos de Foucault e bombas de elevação de água. Fala de jardins, de construções pré-históricas que se podem visitar pelos caminhos e de pegadas de dinossáurio que se podem observar ao ar livre. Cobre todo o país. Ajuda a ver e mexer.
«Expresso» de 1 de Setembro de 2007
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1 Comments:
É pena é estar pejado de mais de uma centena de erros - mapas errados, localizações erradas, instituições duplicadas, locais excepcionais em falta, erros científicos nas explicações dos locais, sites das instituições em falta, errados ou incompletos, entre outros. Uma boa ideia com tão mau princípio - uma pena...
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