Ladram os cães de Pavlov…
Por Alfredo Barroso
HÁ CRÍTICOS cuja insolência e mediocridade não merecem resposta. Mas ficaria de mal com a minha consciência se não afirmasse que só um imbecil é capaz de proclamar que não leu, ou leu mal, um texto que se atreve a criticar com um palavreado idiota.
Diga-se igualmente que não é só nas fileiras da esquerda totalitária que deparamos com reflexos políticos condicionados. Nas hostes da direita mais reaccionária e mais estúpida do mundo, os cães de Pavlov também salivam e ladram quando ouvem tocar a sineta da livre crítica, se esta se dirige aos seus ícones favoritos ou aos seus egrégios avós.
Não respondo a insultos e ofensas pessoais. São filhos da falta de argumentos de quem os profere. Mas sempre direi a essas criaturas que a teoria da conspiração, a mania da perseguição e o complexo do cerco não servem para alterar a verdade dos factos.
Ora, é um facto que o doutor Dias Loureiro foi um dos colaboradores mais próximos do professor Cavaco Silva, no PSD e no Governo. É um facto que o doutor Dias Loureiro é um dos cinco conselheiros de Estado designados pelo actual Presidente da República. É um facto que o doutor Dias Loureiro tem andado a fazer em público uma triste figura. É um facto que a triste figura que ele anda a fazer incomoda muito o Chefe do Estado.
Isto são factos do domínio público, e não insinuações urdidas por conspiradores que só querem o mal da Pátria, da República e do professor Cavaco Silva. O Chefe do Estado não pode ser julgado pelos amigos que tem, mas tem a obrigação de os pôr na ordem e demarcar-se deles quando fazem em público tristes figuras. Sejam eles o doutor Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira e líder do PSD na Região, ou o doutor Manuel Dias Loureiro, conselheiro de Estado e ex-secretário-geral do PSD.
Em democracia, ninguém está acima de qualquer crítica ou de qualquer suspeita. Nem mesmo o Chefe do Estado, seja ele quem for. O professor Cavaco não é uma flor de estufa. E o doutor Dias Loureiro não é flor que se cheire. Bem podem os seus apoiantes mais caninos desfazer-se em insultos. Os cães de Pavlov ladram e a caravana passa.
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5 Comments:
Sobre este mesmo assunto, vale a pena ler o post que João Miranda publica hoje no BLASFÉMIAS - [aqui]
Quem responde aos seus comentadores "Ladram os cães de Pavlov…" não pode dizer a seguir "Não respondo a insultos e ofensas pessoais."
Fico por aqui, porque não quero ser muito desagradável.
Pois,
Julgo que os "ataques pessoais" a que o autor se refere foram feitos noutros blogues, onde a crónica e o nome dele foram referidos.
«Em democracia ninguém está acima de qualquer crítica ou de qualquer suspeita. Nem mesmo o Chefe do Estado, seja ele quem for.»
Sem dúvida. Uma daquelas verdades tão irrecusáveis que a ela recorrem os demagogos com muita frequência.
Nem sempre, claro, mas quando se critica um Chefe de Estado e não se critica outros, que bem mereciam, alguma opção foi feita.
E o diabo está nas nossas opções. Porque dizem muito acerca da nossa moral. Sobretudo quando se compromete a moral para pregar aos outros, o melhor, mesmo, é estar calado.
Alguma vez lhe ocorreu as vantagens para Portugal de treinar cães para devorar políticos e outros inúteis?
Cumprimentos.
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