Envelhecer
Por Maria Filomena Mónica
ANTEONTEM, fiz sessenta e cinco anos, ou seja, como se diz no jargão oficial, passei a ser «uma pessoa idosa». Eu teria preferido o termo «velha», mas mesmo este me soa estranho, porque tão pouco me sinto velha no sentido em que a minha bisavó e trisavó o eram. Em Dezembro de 1991, tinha quarenta e oito anos, dei uma entrevista à revista «Marie Claire». Lendo-a hoje o que me surpreende é o optimismo. É verdade que já então descobrira não ser imortal, mas, à época, declarava que ter cinquenta anos era a melhor coisa do mundo.
A minha posição actual é mais complexa. Se há coisas boas no envelhecimento, as más ultrapassam-nas de longe. (...)
Texto integral [aqui]
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1 Comments:
Prezada Filomena Mónica,
Compreendo-a muito bem, apesar da minha relativa juventude (57).
Estranho, no entanto, a falta de comentários aos artigos que caridosamente V. aqui coloca, sendo como é, alguém com nome muito prestigiado na cultura portuguesa contemporânea, até com trabalhos de elevado mérito em campo alheio ao da sua formação.
Refiro-me, por exemplo, às biografias de Cesário Verde e, sobretudo, à de Eça de Queiroz, coisa que os Catedráticos de Literatura, que jamais publicaram semelhantes trabalhos e duvido que alguma vez o venham a fazer, tampouco lhe perdoarão, porque V. os cumulou, primeiro, de vergonha e, depois, de inveja.
Exorto-a, contudo, a que continue neste espaço, para proveito de todos que a estimam, nos livros que tem publicado, nos artigos de jornal e, agora, também aqui.
Um seu antigo leitor e apreciador, de ontem, de hoje e, só não direi de amanhã, por prudência natural.
Por conseguinte, gostaria ainda de lhe formular votos de boa inspiração para compor os seus artigos, aqui ou alhures, porque o País não pode dar-se ao luxo de não incentivar colaborações como as da sua estirpe, dito assim, da minha parte, sem qualquer favor.
Cumprimentos.
AV_31-03-2009
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