9.11.09

Quase Portugal

Por Joaquim Letria

PORTUGAL ESTÁ DUMA MANEIRA que o melhor é ignorá-lo. É o que procuro fazer, vendo o “Hospital Animal”, depois de me deliciar – intelecto e líbido – com a Ana Rita Clara no programa que lhe confiaram. Não me lembro de ninguém na TV portuguesa que tenha a frescura, o interesse, a preparação, a seriedade e a simpatia desta miúda.

No jornalismo de TV e em “talk shows”, Ana Rita poderia ser o que quisesse, enquanto Sílvia Alberto, em grandes programas de entretenimento, não tem pai. As duas são mal empregadas naquilo que os amadores incompetentes que as contratam e dirigem as põem a fazer.

Ambas me ajudam a suportar melhor este Portugal. Se depois encontrarem e virem o “Hospital Animal”, em vez dos telejornais, e fugirem para o clube de vídeo, para a Sport TV ou se refugiarem na rádio “Amália”, a coisa quase se aguenta. Se a isto somarmos alguns jogos do Benfica, então, perfeito! Temos quase Portugal, sem pulhostres a quererem copiar Al Capone e Bugs Moran.

Temos delinquentes Armani, supostamente sexy, e corruptos sem a majestade dos meliantes felizes, ou dos canalhas envelhecidos, nem destaque na História Universal da Infâmia. Por isso eu fujo para a nacional incompetência e garantida incerteza destes meus esconderijos, onde é quase Portugal.

«24 horas» de 9 de Novembro de 2009

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