Que Mundo é este?
Por Antunes Ferreira
QUE RAIO de Mundo é este que os homens vêm destruindo desde que baixaram das árvores? Que raio de Mundo é este em que o progresso da chamada Sociedade cada vez mais significa retrocesso da alegada Humanidade? Que raio de Mundo é este em que, quotidianamente se repete Maquiavel, ou seja, os fins justificam os meios?
Muitos dirão que este questionário peca pelo exagero, o que tenho de aceitar, pelo pessimismo, o que também tenho de aceitar, pelo desengano e desespero, que de igual modo sou constrangido a aceitar. Mas, deixem-me que enumere uns quantos acontecimentos de ontem, de anteontem, de transantontem, que me levam a estas conclusões bastante fundamentalistas.
Ontem mesmo um gang armado assaltou um casino em Monterrey, no México. Um mais, dir-se-á. A violência que campeia pelo orbe terráqueo pelo que se vê não tem limites, mas este caso é um sinónimo de horror levado ao extremo. Os criminosos deitaram fogo ao salão de jogos onde se encontravam mais de 150 pessoas, seres humanos como eles e causaram mais de meia centena de mortos.
Ontem ainda, George Bush II, o ex-Presidente dos Estados Unidos da América, em entrevista que não tivera qualquer estratégia perante o inconcebível ataque da Al-Qaeda no dia 11 de Setembro cujo décimo aniversário vai decorrer daqui a dias. Tanto quanto se sabe, pelo menos quando escrevo estas linhas, a desastrosa intervenção militar no Iraque, pela alegada existência das armas de destruição total, não teve o mesmo tratamento durante a conversa que durou oito horas.
Ontem, também, um pai pegou num filho de seis anos e atirou-se para baixo de um comboio; ambos foram trucidados, obviamente, e um jornal da nossa praça, mais precisamente o Correio da Manhã, que deu a público a notícia interrogando-se o que terá motivado a horrível atitude, quais os motivos psicológicos que estiveram na base dela.
Ontem em Tripoli ceifaram-se vidas na busca desenfreada do ditador Muammar Khadafi que ainda não tinha sido capturado, porque não tinha, naturalmente, sido encontrado. O olho por olho, dente por dente continuava o seu caminho desnaturado, sem que se constatasse qualquer arrepio ao mesmo.
E o ditador da Síria? E o ditador de Pyongyang? E os ataques selváticos em Londres e em Berlim? E os milhões a morrerem de fome na Somália? E, e, e?
Por cá, entretanto, no meio da crise famigerada, dos cortes ao povo, por parte de um Governo pela trela da troika, o caso da semana foi o do árbitro João Ferreira que se recusou a dirigir o jogo Beira-Mar – Sporting e a actuação, boa, do juiz Fernando Idalécio Martins, da Regional ,que o apitou.
Querem mais? Chamem-me o que quiserem, tenho costas largas, dou a mão à palmatória mas, sem rebuço, reforço a pergunta: que filho da puta de Mundo é este?
QUE RAIO de Mundo é este que os homens vêm destruindo desde que baixaram das árvores? Que raio de Mundo é este em que o progresso da chamada Sociedade cada vez mais significa retrocesso da alegada Humanidade? Que raio de Mundo é este em que, quotidianamente se repete Maquiavel, ou seja, os fins justificam os meios?
Muitos dirão que este questionário peca pelo exagero, o que tenho de aceitar, pelo pessimismo, o que também tenho de aceitar, pelo desengano e desespero, que de igual modo sou constrangido a aceitar. Mas, deixem-me que enumere uns quantos acontecimentos de ontem, de anteontem, de transantontem, que me levam a estas conclusões bastante fundamentalistas.
Ontem mesmo um gang armado assaltou um casino em Monterrey, no México. Um mais, dir-se-á. A violência que campeia pelo orbe terráqueo pelo que se vê não tem limites, mas este caso é um sinónimo de horror levado ao extremo. Os criminosos deitaram fogo ao salão de jogos onde se encontravam mais de 150 pessoas, seres humanos como eles e causaram mais de meia centena de mortos.
Ontem ainda, George Bush II, o ex-Presidente dos Estados Unidos da América, em entrevista que não tivera qualquer estratégia perante o inconcebível ataque da Al-Qaeda no dia 11 de Setembro cujo décimo aniversário vai decorrer daqui a dias. Tanto quanto se sabe, pelo menos quando escrevo estas linhas, a desastrosa intervenção militar no Iraque, pela alegada existência das armas de destruição total, não teve o mesmo tratamento durante a conversa que durou oito horas.
Ontem, também, um pai pegou num filho de seis anos e atirou-se para baixo de um comboio; ambos foram trucidados, obviamente, e um jornal da nossa praça, mais precisamente o Correio da Manhã, que deu a público a notícia interrogando-se o que terá motivado a horrível atitude, quais os motivos psicológicos que estiveram na base dela.
Ontem em Tripoli ceifaram-se vidas na busca desenfreada do ditador Muammar Khadafi que ainda não tinha sido capturado, porque não tinha, naturalmente, sido encontrado. O olho por olho, dente por dente continuava o seu caminho desnaturado, sem que se constatasse qualquer arrepio ao mesmo.
E o ditador da Síria? E o ditador de Pyongyang? E os ataques selváticos em Londres e em Berlim? E os milhões a morrerem de fome na Somália? E, e, e?
Por cá, entretanto, no meio da crise famigerada, dos cortes ao povo, por parte de um Governo pela trela da troika, o caso da semana foi o do árbitro João Ferreira que se recusou a dirigir o jogo Beira-Mar – Sporting e a actuação, boa, do juiz Fernando Idalécio Martins, da Regional ,que o apitou.
Querem mais? Chamem-me o que quiserem, tenho costas largas, dou a mão à palmatória mas, sem rebuço, reforço a pergunta: que filho da puta de Mundo é este?
Etiquetas: AF
1 Comments:
Caro Antunes, tenho feito a mesma pergunta e nos mesmos termos - às vezes pior.
Respostas??? Até agora só uma: a humanidade evoluiu tecnologicamente, mas a mentalidade mantém-se a mesma desde a idade das cavernas.
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