5.11.11

Como topar um par falso da GNR

Por Ferreira Fernandes

UMA NOITE destas, no Sotavento algarvio, um automobilista foi mandado parar por dois homens, que julgou da GNR. O par mandou parar, estava vestido de GNR e multou - três boas razões para o automobilista os achar homens da GNR. Uma quarta razão - controversa, há más-línguas que dizem que só confirma a presunção, mas é justo dizer que não, desmente-a -, uma quarta razão, dizia eu, juntou-se aos dados para classificar o par: quiseram receber logo ali a multa.
Pelo Público, onde recolho a notícia, soube que a GNR tirou a coisa a limpo: são "falsos guardas." E um porta-voz aproveitou para nos ensinar a separar o trigo (um par de autênticos militares da GNR) do joio (falsos GNR). Seguem-se as instruções oficiais, e as minhas dúvidas.
1) "Se não existir uma viatura caracterizada nas imediações, cuidado." Não acham que com este aviso os bandidos vão aumentar a parada: em vez de se ataviarem só com um boné da BT comprado na Feira da Ladra, vão passar a atacar com carros-patrulha roubados?
2) "Preste atenção à compostura do militar." Presto, e se ele for malcriado posso ter a certeza, mesmo, que só pode ser bandido?
3) "Se forem militares estão armados." Quer dizer, numa situação de dúvida de eu estar a ser assaltado, devo regozijar-me por os ver armados, é?
4) "Se houver sérias dúvidas, peça a identificação."
Deixem-me ver se percebi: é de noite, local ermo, há um par que me amedronta, e eu devo espicaçá-los com exigências?
«DN» de 5 Nov 11

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1 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

No ponto 3 da notícia referida (e que eu li), é referido que o automobilista deve tentar ver se a pessoa tem a gravata bem colocada e o cabelo devidamente composto (bem cortado? bem penteado?)!

5 de novembro de 2011 às 08:01  

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