O fim da paixão ocidental
Por Ferreira Fernandes
OCUPADOS que estamos a olhar para os bolsos vazios, não nos damos conta de um fenómeno histórico que nos acontece: também os americanos se vão.
Nas vésperas do centenário da guerra que pela primeira os trouxe para solo europeu, os americanos vão reduzir as suas tropas por cá. Sete mil, disse o secretário da Defesa, Leon Panetta. Não parece uma redução excessiva (menos de décimo das forças atuais), mas sublinha a tendência: "A Europa já está suficientemente segura por si só", disse Obama, no princípio do ano.
A frase é demasiado preocupante, como é sempre quando um líder mundial usa a ironia em factos sérios: a Europa nunca esteve tão desarmada. Acresce a retirada das tropas americanas do Iraque e do Afeganistão, isto é, da área que mais problemas pode trazer ao nosso continente.
Por outro lado, o Pentágono declarou que concentrará forças na região Ásia-Pacífico, numa rotação histórica da sua aérea estratégica: bye bye, Atlântico, berço da defunta paixão ocidental.
O primeiro Presidente americano nascido no meio do Pacífico, no Havai, marca assim uma mudança em que a Europa faz de cônjuge abandonado. Os de certa esquerda europeia antiamericana primária vão rejubilar, e as imagens desta semana, dos marines a urinar sobre talibãs no Afeganistão, vão corroborar-lhes o raciocínio. Pobres tolos, não perceberam - mas cedo vão perceber se não forem irremediavelmente tolos - que estamos desarmados. De armas e soluções.
«DN» de 14 Jan 12OCUPADOS que estamos a olhar para os bolsos vazios, não nos damos conta de um fenómeno histórico que nos acontece: também os americanos se vão.
Nas vésperas do centenário da guerra que pela primeira os trouxe para solo europeu, os americanos vão reduzir as suas tropas por cá. Sete mil, disse o secretário da Defesa, Leon Panetta. Não parece uma redução excessiva (menos de décimo das forças atuais), mas sublinha a tendência: "A Europa já está suficientemente segura por si só", disse Obama, no princípio do ano.
A frase é demasiado preocupante, como é sempre quando um líder mundial usa a ironia em factos sérios: a Europa nunca esteve tão desarmada. Acresce a retirada das tropas americanas do Iraque e do Afeganistão, isto é, da área que mais problemas pode trazer ao nosso continente.
Por outro lado, o Pentágono declarou que concentrará forças na região Ásia-Pacífico, numa rotação histórica da sua aérea estratégica: bye bye, Atlântico, berço da defunta paixão ocidental.
O primeiro Presidente americano nascido no meio do Pacífico, no Havai, marca assim uma mudança em que a Europa faz de cônjuge abandonado. Os de certa esquerda europeia antiamericana primária vão rejubilar, e as imagens desta semana, dos marines a urinar sobre talibãs no Afeganistão, vão corroborar-lhes o raciocínio. Pobres tolos, não perceberam - mas cedo vão perceber se não forem irremediavelmente tolos - que estamos desarmados. De armas e soluções.
Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
Não precisamos de tantas armas na área mencionada, desde que se opte por soluções pacíficas, o que é o contrário da política norte-americana de ganância, parasitar os outros países e defender o mal que apoia incondicionalmente no médio-oriente, inclusivamente contra as resoluções das nações unidas e se arranque a chaga que lá se encontra.
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