27.7.14

TRABALHADOR-ESTUDANTE (1)

Por A. M. Galopim de Carvalho
PARTE do meu tempo como estudante de Geologia, em finais dos anos 50, trabalhei como vendedor de uma firma que representava máquinas registadoras e máquinas de escrever de marcas prestigiadas no mercado. Com um ordenado mensal de 500$00 (2,5 Euros), procuraria tirar, nas comissões, algo que compensasse tal magreza.

Iniciado e inexperiente neste tipo de comércio de porta em porta, foram mais os meses em que nada conseguia vender. Nos relatórios diários que tinha, por obrigação, de entregar no escritório da empresa, indicava as visitas e os contactos que fazia, os eventuais clientes, apontando os possíveis compradores. Na posse destes contactos, o meu superior hierárquico, sem que eu o soubesse, consumava as vendas.(...)
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