14.7.16

Durão Barroso, o indivíduo videirinho

Por C. Barroco Esperança
Surpreende a condenação unânime da comunicação social, europeia e americana, do ex-presidente da Comissão Europeia (CE), Durão Barroso, como se a reforma de 24.000 € mensais o obrigasse a renunciar ao que apenas a ética exige.
 A nomeação do presidente não executivo da filial de Londres do banco Goldman Sachs foi transparente na atribuição de funções. Apenas exige um mero tráfico de influências, para acautelar os interesses do banco, na sequência do Brexit.
 Durão Barroso é o mais alemão dos portugueses e o mais americano dos europeus. Está no lugar que o percurso justifica. Entrou na idade adulta a roubar mobílias da FDL para a sede do MRPP, sendo obrigado pelo ‘grande educador da classe operária’, Arnaldo de Matos, a devolvê-las, e acaba empregado do banco que usa processos ínvios e exonerou a ética no vampirismo com que parasita os países mais vulneráveis.
 O genro de um almirante da ditadura, que passou diretamente do MRPP para o PSD, teve no compadre Martins da Cruz, embaixador bem relacionado nos serviços secretos europeus, apoio para se livrar do Governo, em decomposição, preparando a fuga para a presidência da CE, enquanto jurava defender a candidatura de António Vitorino. Depois do episódio da quinta da Falagueira, protagonizado em Portugal, como PM, as férias no iate de um magnata grego foram a confirmação do seu carácter venal.
 A segurança pessoal, como presidente da CE, foi, por sua expressa vontade, assegurada por portugueses, um comissário, um subchefe e três agentes principais, o que transferiu para o governo português o pagamento dos encargos da Comissão Europeia.
 Gorada a ambição de ser PR, como se estivesse esquecida a cumplicidade na invasão do Iraque, dedicou-se em exclusivo ao tráfico de influências. Não há, ao contrário do que é dito, qualquer conflito de interesses, pois nunca defendeu outros. Só surpreende que o Goldman Sachs o não tenha aproveitado para Pequim, dado o passado maoísta, mas não são de desprezar as antigas cumplicidades para futuras necessidades.
 O único problema que subsiste é a função do filho, no Banco de Portugal, onde entrou sem concurso, e a possibilidade de ter aí uma antena contra os interesses do país de que se serviu e serve.
 Durão Barroso é um filho cuja mãe é hábito insultar-se sem se conhecer.
 Ponte Europa / Sorumbático

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Realmente, não há qualquer incoerência no percurso de vida da personagem, que deve estar de "consciência tranquila", como é vulgar dizer-se. Espantava-me se alguém duvidasse disso.
Agride, a constatação de que o "crime" (não legal, que devia ser, mas sim em termos éticos) compensa, repetidamente...
Há muitas formas de miséria em relação às quais as pessoas de bem não deviam ficar caladas. Carlos B. Esperança dá(-nos) desassombrado exemplo.

14 de julho de 2016 às 11:15  

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