14.1.05

CARTA NEGRA - 1


Introdução

INICIO hoje a publicação (que espero que possa ser feita todos os sábados) destas «Cartas Negras» que serão, de certa forma, o seguimento das 159 «Cartas Brancas» publicadas no «Expresso» (*).

Acontece que o meu amigo Roberto, muito dado a questões cabalísticas e com pouco que fazer (está desempregado...), pegou no número 159 – que, à partida, não diz nada a ninguém, para além de ser um múltiplo de 3 – e fez o que é habitual nestas coisas: substituiu os algarismos pelas correspondentes letras do alfabeto.

- Imagina lá o que eu descobri!! – bradou-me ele, ao telefone, às 4h da madrugada de ontem – Já pensaste que as 1ª, 5ª e 9ª letras são o «A», o «E» e o «I»?!

Apesar de estremunhado, percebi tudo: ele queria dizer que algo de importante ficara incompleto – faltava o «O» e o «U»!

Esta Carta é, portanto, o «O», uma das duas que faltava nessa «trilogia-de-cinco» - como o Roberto diz...


*
A MÁQUINA

IMAGINE-SE que alguém, morando perto de um asilo de idosos da 3ª ou 4ª idade, tinha o benemérito hábito de ajudar velhinhos e velhinhas a atravessar a rua.

Imagine-se ainda que, sentindo-se, a certa altura, também ele velho e cansado - e vendo que não poderia continuar a sua filantrópica actividade por muito mais tempo – inventava um «robot atravessador de velhinhos e velhinhas» para lhe dar continuidade.
À primeira vista, tudo parece bem, mas o certo é que haveria uma grande diferença:

A partir desse momento, o nosso amigo arranjaria um novo problema: passaria a ter a obrigação (ou, pelo menos, a preocupação) de manter a geringonça em bom estado.

Tudo isto é para dizer que não basta ter boas ideias – por vezes, também é preciso dar-lhes continuidade.
E é isso mesmo que (não) se está a passar com o auto-colante cuja imagem aqui se reproduz.

O benemérito que o criou e os CTT que o distribuiu fizeram «uma boa coisa por uma boa causa» - mas ficaram-se por aí; é que os «distribuidores de publicidade» que andam de porta em porta arrancam-no com frequência, e nas Estações de Correio (pelo menos naquelas onde me dirigi – e foram muitas) dizem que deixaram de se fazer.
Eles que me desculpem, mas essa explicação não «cola»!

1 Comments:

Blogger Carlos Esperança said...

Força. Tenho para mim que a Carta Branca, com que me deliciava semanalmente, desaparece fazendo parte de uma censura discreta.
O EXPRESSO estará cada vez mais à direita mas arrisca-se a perder leitores.

14 de janeiro de 2005 às 13:07  

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