4.3.07

Para os tementes ao tédio

PARA OS TEMENTES AO TÉDIO, foi luminosa esta semana que termina. E para quem rubrica um pequeno espaço como este, foi lancinante o embaraço da escolha.
No Parlamento, Luís Marques Guedes veio propor que a aplicação do referendo do "sim" implicasse o aconselhamento obrigatório do "não". O eleitorado, que descreu da neutralidade do PSD no referendo, viu consolidada a suspeita: a ideia é que a interpretação autêntica do resultado de 11 de Fevereiro fique a cargo de Isilda Pegado.
Uma escandaleira na Universidade Independente trouxe à boca de cena uns senhores de algumas letras, que trocam acusações soezes na linguagem dos marginais do "Rififi". Uma coisa é a canónica presunção da inocência, outra é sermos cegos e surdos ao que se vai descobrindo sobre a gestão de algumas universidades privadas, cuja chancela vale cada vez menos no mercado de trabalho. Quem compensa os jovens, ainda estudantes ou já licenciados, pelo tempo de vida que dedicaram a canudos que as empresas legitimamente desvalorizam?
Uma toupeira emerge da toca escura e declara ir montar casa numa catedral gótica. Foi Carmona Rodrigues,na RTP. Primeiro, desmente ter sido "convocado" à Rua de S. Caetano e substitui tão injuriosa imputação por esta verdade redentora: Marques Mendes quis trocar impressões com ele e, para tanto, recebeu-o. Depois, parece que não viu sequer a entrevista em que MM explicou a razão por que exigiu o afastamento de Fontão de Carvalho e diz que não se falou nesse assunto e que foi este, que recusara auto-suspender-se na véspera, quem, pessoal e livremente, decidiu auto-suspender-se no próprio dia. Enfim, com meio corpo ainda oculto nas trevas da toca, anuncia que está disponível para se recandidatar em 2009.
Entrevistado na SIC Notícias, Vieira da Silva, que tem tido rijo desempenho numa pasta transversal e explosiva, comenta os resultados da Segurança Social em 2006. De caminho, fala na inexistência de recurso ao perdão. Pena que sem ênfase. Porque, se todos contribuímos para a Segurança Social e se todos encaramos os governantes como meros mandatários, é difícil aceitar a displicência com que os governos (e não só em Portugal) costumam esconder a sua inépcia na cobrança, dispondo, por mera lógica administrativa, de algo que, em última análise, é nosso.
E foi a PT, o CDS e a "manif" de Lisboa. Para quem saiba fazer melhor gestão deste espaço.
«DN» de 4 Fev 07

Etiquetas:

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A grande vantagem da escandaleira da Universidade Independente foi ficarmos a saber que foi lá que Sócrates se licenciou. E em quê, já agora?

Quanto ao uso que ele faz do título de "engenheiro", ainda ninguém nos disse:

Qual o seu número de membro na respectiva Ordem?

Sucede que tal não é um pormenor dispiciendo, pois isso é condição essencial, segundo a lei, para que alguém possa ostentar esse título profissional.

Ed

4 de março de 2007 às 12:37  

Enviar um comentário

<< Home