27.11.08

A DECO e o BPN

Por Joaquim Letria
UMA IDOSA SOLITÁRIA, minha simpática e desorientada vizinha, montou-me uma espera por causa do escândalo do BPN. A história é simples. O desfecho pode ser mais complicado.
A senhora não sabia que fazer com as economias de uma vida e uns dinheiritos duma viuvez. Tudo o que tem. Uns diziam-lhe para investir nisto, outros para comprar aquilo ou para fazer assado. Perante tanta sentença, a senhora foi à DECO pedir conselho. E a DECO aconselhou-a a fazer um depósito a prazo no BPN.
- E agora?? - pergunta-me ela, chorosa.
Sugeri-lhe que ficasse quieta e rezasse para que o Estado volte a ser pessoa de bem, pois o banco havia sido nacionalizado.
- E a DECO dar-me um conselho destes, não acha suspeito?
Disse-lhe que não. Limitaram-se a fazer contas e a ver qual era o melhor rendimento para o consumidor. Devia ser o depósito do BPN. O azar foi a DECO não saber o que se dizia cá fora, como acontecia com o Banco de Portugal e com o Dias Loureiro.
«24 Horas» de 27 de Novembro de 2008

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3 Comments:

Blogger flecha said...

O Letria no seu melhor!

27 de novembro de 2008 às 19:52  
Blogger Maria said...

Aqui coloco duas questões... Quem prestou a informação? Deco ou Deco/Proteste? Perdoe a dúvida que acaba por ser quase irrelevante... mas, segundo sei, apesar da ligação entre as duas entidades existir não deixam também de ser independentes... para além disso, a Deco não faz aconselhamento a nível financeiro, só mediação quando existe uma situação em que os direitos do consumidor são violados.
Existe um serviço de apoio aos sobre-endividados mas, também neste caso, o que é feito é uma análise da situação do consumidor e, posteriormente, uma orientação deste para poder negociar com as entidades credoras prestações que possa suportar. Em casos mais "problemáticos", a Deco, intervem no sentido de efectuar a mediação junto de instituições de crádito mas apenas isto e não propriamente gestão de património.

Relativamente à Deco/Proteste já é efectuado um aconselhamento no que respeita a produtos e serviços, fundamentados nos estudos de mercado que realizam.

Bem sei que, no caso da citada consumidora, tudo o que referi nenhuma relevância tem mas fica a informação para que quem não esteja esclarecido quando à diferença de se referia à Deco ou à Deco/Proteste o passe a estar.

Cumprimentos

28 de novembro de 2008 às 00:16  
Blogger Táxi Pluvioso said...

Há um seguro que protege os depositantes. Neste caso é preciso salvar os accionistas e o bónus de natal dos administradores.

29 de novembro de 2008 às 16:32  

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