14.6.10

Vergonha

Por João Paulo Guerra

UMA SONDAGEM publicada no final na semana passada pelo Correio da Manhã dava o primeiro-ministro a cair desamparado no índice de confiança dos portugueses.

Não admira. O que admira é que o guarda-costas do primeiro-ministro, o líder da chamada oposição, registasse uma subida idêntica à queda do chefe do governo. Porque na verdade tudo o que José Sócrates tenha feito nos últimos tempos, que explique a descida no índice da confiança dos portugueses, o fez com o ámen de Passos Coelho. Mas é assim a lógica perversa da democracia bipolarizada.
(...)
Ao fim de três décadas de governação PS e PSD, alternados ou em bloco, com ou sem CDS na bolsa marsupial, Portugal voltou a ser um país bom para se fugir daqui para fora. (...)

Texto integral [aqui]

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3 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Acho que o JPG não está a ter em conta o aspecto mais importante:

Se o Governo consegue convencer os portugueses de que o que está a fazer é correcto (e digo CONVENCER MESMO, convencer a sério), então é natural que os eleitores se voltem para os que têm, desde sempre, defendido estas políticas (o PSD e o CDS) e não quem, só agora, se converteu a elas...

14 de junho de 2010 às 16:27  
Blogger GMaciel said...

"Ou será que a vergonha é um produto que se esgota ainda mais depressa que as promessas eleitorais?"

Touché!!!

Só uma ressalva: essa frase dá para os dois lados, porque nem os políticos têm vergonha, nem este povo estupidificado e embrutecido massivamente pela omnipresente comunicação social.

14 de junho de 2010 às 22:13  
Blogger Ribas said...

Fugir? Para onde, África?
Neste momento os jornais e blogs de todo o mundo que abraçou este modelo moribundo discutem os mesmos problemas, criticam com sarcasmo as políticas e o carácter dos seus governantes falhados, enfim, apenas muda a língua mãe e o nome dos bobos, é ver os noticiários dos canais de televisão estrangeiros.
O modelo parece esgotado, ferido de morte, mas ainda não está morto, resiste com apertos de cinto, medidas de galopante austeridade, ajudas paliativas do FMI, etc.
Gostava de poder adivinhar até quando é que este modelo vai resistir. Até onde podem ir os cortes e os aumentos de impostos. Até onde pode chegar a precariedade laboral que agora se perfila.
Nenhuma destas medidas vai conseguir curar o moribundo e parece-me que ele próprio já conhece o seu destino, mas até à sua morte, o sofrimento será crescente e impiedoso.

14 de junho de 2010 às 23:01  

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