1.7.10

«A Quadratura do Circo» - O Queiroz que eu conheço

Por Pedro Barroso

CUSTA SEMPRE bater num amigo. Sempre tive com ele o privar cordial e companheiro de alguém com a mesma formação e geracionalmente próximo.

Era eu já razoavelmente conhecido no mundo da canção e o Carlos, um pouco mais novo, debutava nos iniciados do meu Belenenses, o que nos aproximava sobremaneira. Ficou uma amizade tranquila, confirmada por encontros posteriores, onde ele me confidenciava do seu desejo de férias e sossego secreto num Algarve privado que me revelou. Mas onde talvez hoje não possa arriscar muito o passeio público, pois estaria sujeito a ouvir imprecações de menos nobreza a cada esquina, e insultos animosos de um qualquer pescador mais impulsivo.

Mas adiante; isso… foram confidências que não denuncio. E em nome da sua privacidade tem direito mantê-las.

Também eu sei o que custa entrar num sítio e ter de aturar um sujeito que nunca vimos, já bebeu demais, e nos trata por tu, só porque esteve na sétima fila de um qualquer concerto que dei há 20 anos em Santa Comba do Semicúpio. E nos bate nas costas como se fosse nosso amigo de infância ou mesmo irmão de longa data. E nos chateia o resto do jantar, sem ter objectivamente nada para dizer, só porque é insolente e grosseiro na sua etílica condição e calhou estarmos ali. (...)

Texto integral [aqui]

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37 Comments:

Blogger Catarina said...

Li 2/3 deste texto e parei.

Já tinha lido o suficiente ...

Não interessa que esta crítica de Pedro Barroso tenha ou não fundamento.

Que nunca amigos ou amigas estilo Pedro Barroso se aproximem de mim. Corrijo : “conhecidos ou conhecidas” em vez de “amigos ou amigas”. Um verdadeiro amigo não critica PUBLICAMENTE outro amigo. NUNCA.

2 de julho de 2010 às 01:24  
Blogger Catarina said...

Afinal quem é Pedro Barroso?
Suponho que tenho que recorrer ao google...Não, não vou. Não creio que valha a pena.

2 de julho de 2010 às 01:30  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Diz a Catarina:

«Um verdadeiro amigo não critica PUBLICAMENTE outro amigo. NUNCA»

Não sei se será assim, sempre.
Se o assunto for PÚBLICO (político, ou sobre arte ou sobre espectáculos, p. ex.), e se a crítica for "construtiva" (como se costuma dizer...) não há mal nenhum nisso.

Depende, também, dos termos em que é feita.
A toda a hora vemos políticos amigos a discordarem uns dos outros publicamente. É que o assunto em causa é PÚBLICO e não privado.

Neste caso do futebol, o assunto, além de público (por natureza), é pago com dinheiros públicos.

-

Já agora, o aspecto inverso:

Quando lemos críticas de cinema, ou de teatro ou de livros ou de música, muitas vezes receamos que não sejam honestas devido ao facto de críticos e criticados poderem ser amigos.
E gostaríamos que essas críticas passassem por cima desse (eventual) facto e fossem objectivas.

--
Finalmente: é muito difícil encontrar um amigo que nos diga as verdades quando erramos. E é nesses momentos que mais precisaríamos de saber a verdade.

--

Em breve afixarei aqui, como passatempo, uma famosa frase sobre uma situação semelhante.

2 de julho de 2010 às 10:48  
Blogger Antonio Pedro said...

cara Catarina
Saber receber uma critica quando falhamos é o acto maior de maturidade e confiança propria no nosso entendimento.
Quando um musico desafinou ele proprio ao reouvir o q gravou dá por isso e corrige-se. Se nao der sera util q alguem lho diga. Será ate "amigo".
Se acha q o CQ esteve bem, então conteste tecnica e tacticamente o q foi escrito e está justificado e deixe-se de efluvios emocionais desapoiados por qualquer argumento q nao seja, ao q parece, uma etica estranhissima onde o amigo estaria sempre acima do erro e do nosso comentario.
Se nao sabe quem sou, otimo. Por favor nem procure. Nem google nem you tube. Nada. Fico muito mais tranquilo assim.
pb

2 de julho de 2010 às 11:29  
Blogger Catarina said...

Não serei eu que lhe vou perturbar a tranquilidade. Acredite.

2 de julho de 2010 às 11:38  
Blogger Catarina said...

Carlos
Compreendo o que está a dizer. Tem razão quando diz” “...nos termos em que é feita”. Precisamente!
Também poderei levantar a hipótese de haver uma certa falta de objectividade no seu comentário relativamente ao post na medida em que poderá haver um certo relacionamento de amizade entre o Carlos e o autor do dito escrito. Mas não importa. Dei a minha opinião e não tenho nada a acrescentar. C omo salientei nem fundamentei a minha opinião no desemprenho do Carlos Q. Bom fim de semana, Carlos.

2 de julho de 2010 às 11:48  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O assunto é suficientemente interessante para justificar um passatempo próprio, que já estou a preparar.

2 de julho de 2010 às 12:27  
Blogger Catarina said...

Estou curiosa.. Fico a aguardar...

2 de julho de 2010 às 12:31  
Blogger Xico said...

Uma crítica construtiva de um amigo também pode ser muito útil se tiver visibilidade pública, já que pode incentivar a que críticas de outras pessoas sejam também construtivas e pode dissuadir ou tirar importância às críticas menos justificadas.

2 de julho de 2010 às 13:08  
Blogger Antonio Pedro said...

ai amigos...este é um texto onde se procura fazer, de certo modo, tambem, humor. (A melhor forma de sermos superiores à fatalidade da eliminação ...) E é nesse enquadramento que acho deliciosa - por seguramente ter sido acidental...- a expressão/lapsus da Catarina "o desemprenho do Carlos Q". Uma gaffe de teclado saborosa e que 80% dos portugueses perfilha. O desemprenho, exactamente. Bravo Catarina!

2 de julho de 2010 às 15:11  
Blogger Catarina said...

É evidente que há um erro de digitação em “desemprenho” ; obviamente não reparei. Não altera o contexto.

2 de julho de 2010 às 15:20  
Blogger Jorge Manuel Brasil Mesquita said...

Tantos adornos verbais que se reduzem a uma simples conclusão: »fragilidade psicológica». Melhor teria sido uma cançãozinha "Morte Que Mataste Lira". Bem sei quela foi popularizada pelo saudoso Adriano Correia de Oliveira, mas na sua voz o tradicional também fica bem.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 02/07/2010
etpluribusepitaphius.blogspot.com

2 de julho de 2010 às 17:05  
Blogger Unknown said...

aqui:

http://olhardomiguel.wordpress.com/2010/07/02/a-quadratura-do-crculo-um-comentrio-a-um-texto-do-pedro-barroso/

O Pedro Pinto enriquece a discussão...

2 de julho de 2010 às 17:31  
Blogger diogo said...

o verdadeiro amigo diz a verdade mesmo que doa , amigos falsos que não dizem nada a bem da "amizade" é o que há mais por aí . pena que eu já não tenho um amigo assim , morreu assassinado por um cancro

2 de julho de 2010 às 19:17  
Blogger Catarina said...

Se me permite, Diogo, concordo consigo. O amigo deve dizer-nos a verdade. Deve saber dizê-la sem nos magoar, sem nos humilhar e sem nos expor perante as outras pessoas mesmo que elas tenham observado um comportamento , uma forma de agir menos correcta. Necessitamos dele ao nosso lado.

2 de julho de 2010 às 19:42  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Acabei de afixar o prémio para o passatempo em que se pretende premiar o melhor comentário feito acerca deste tema até às 20h de 2ª-feira.

Atenção:

Se interpretei bem o que está em causa, o que se pretende discutir (pelo menos no âmbito do passatempo cujo prémio é o livro indicado) não é o aspecto futebolístico da questão (nem o caso concreto do seleccionador nacional), mas sim a questão mais geral, suscitada pelos comentários da leitora Catarina:

Será - ou não - correcto criticar publicamente um amigo?

2 de julho de 2010 às 20:49  
Blogger macy said...

É correcto criticar publicamente um amigo desde que o assunto seja público. É não só correcto mas também importante que assim seja senão lá caímos nós nos arranjinhos entre amigalhaços que se encobrem e protegem, situação tão comum neste nosso Portugal.
Quando pelo contrário o assunto é do foro privado, a critica deve ser também privada.
Um amigo não pode fechar os olhos aos erros dos seus amigos mas, deve ter o discernimento para saber criticar construtivamente os mesmos e saber distinguir o que é do foro privado e do público.

2 de julho de 2010 às 21:54  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Aqui fica uma primeira de várias 'dicas', que tenciono dar para ajudar à discussão:

Imagine-se que eu sou crítico de cinema (ou pintura, ou de teatro, ou literário) e tenho de fazer, para um jornal, a crítica de um filme (ou de uma exposição de quadros, ou de uma peça, ou de um livro) de um amigo.

Se eu acho que a obra dele tem uma série de defeitos (ou é francamente má), o que é que eu faço?

Peço escusa ao jornal (porque 'não posso criticar publicamente um amigo')? Ou digo o que tenho a dizer, pois "amigos, amigos, mas trabalho à parte"?

2 de julho de 2010 às 22:33  
Blogger Elisa said...

Se não se sente confortável com a ideia de criticar publicamente a obra dum amigo, o melhor mesmo é pedir escusa! Se tiver a coragem de
fazer uma critica objectiva e isenta, então deve mesmo dizer o que tem a dizer! É isso mesmo "amigos, amigos, trabalho á parte".
Já chega de arranjinhos na nossa sociedade. O que é publico, publicamente deve ser falado, criticado, esmiuçado!

2 de julho de 2010 às 23:06  
Blogger Catarina said...

Carlos, não estou a concorrer...
Se o Carlos é um crítico de pintura, por exemplo, e tem que fazer uma crítica a uma obra de um pintor que, por acaso, é seu amigo, claro que fará a crítica, é o seu trabalho. A sua crítica honesta e objectiva vai reflectir-se naquilo que comenta. E como bom crítico que é (porque estou a assumir que é) nem se vai referir ao relacionamento pessoal que teve ou que mantem com o pintor,nem a razão porque lhe vai custar muito escrever o que vai escrever... Agora se eu sou, sei lá, professora e decido escrever e publicar um artigo sobre o péssimo trabalho de um amigo meu que é cantoneiro... Tenho que publicar esta crítica? Não.

2 de julho de 2010 às 23:23  
Blogger José Batista said...

É evidente que a crítica pública a um amigo é não apenas um dever legítimo, como em certos casos é uma exigência ética imprescindível.
Só assim se é verdadeiramente amigo. O amigo é aquele em quem confiamos e que em nós confia, mas é mais amigo ainda e nós somos mais amigos do nosso amigo se não prescindirmos da lisura e honestidade que o faz saber que não lhe encobriremos as faltas, sobretudo quando são do domínio público ou se afectam terceiros. E, em meu entendimento, se assim não for a amizade não cumpre todos os requisitos, vejo-a mais como um contrato de mútuo interesse para o que der e vier, mesmo que seja ilícito.
Pela minha parte, a verdadeira amizade é o que sobra irresistivelmente para lá dos comportamentos "publicamente correctos" destinados a manter aparências e a manter conveniências.
É isso que, enquanto no uso das minhas faculdades mentais, exijo dos meus amigos. De resto, se assim não procederem não os considero verdadeiros amigos.
É também assim que procedo com as pessoas que estimo e são minhas amigas - porque elas já sabem com o que contam, implacavelmente. Mesmo que me doa. Como tem doído, bastas vezes. Mas, à conta disso, ganhei três ou quatro pessoas que julto dariam a vida por mim, como eu não tenho dúvida que daria a vida por elas.
E assim como nunca nenhum filho de nenhuma mãe pronunciará uma injúria a um desses meus amigos na minha presença, assim eu não pouparei algum desses amigos se ele errar. Mas fá-lo-ei, estando sempre a seu lado para o ajudar no que puder a corrigir a falta que tenha cometido. E espero dos meus amigos outro tanto, nos mesmos termos.
O resto, que é bastante comum, abstenho-me de o classificar...
E bem sei que o mundo se não rege nem por princípios nem por boas intenções, o que comanda verdadeiramente a vida, em todos os sentidos, são os interesses e as paixões.
Ora, é contra isto que me sinto dever lutar, mesmo sabendo que não mudo o mundo.
Mas já considero uma vitória grande, não me deixara vencer pela "praxis" mundana (não sei se isto se diz assim).
Peço desculpa pela extensão do texto.

2 de julho de 2010 às 23:45  
Blogger José Batista said...

E também peço desculpa pelas imperfeições do (meu) comentário anterior, que em vez de pré-visualizar, mandei logo publicar.
E como dá trabalho voltar a escrever novamente deixo-o assim...

2 de julho de 2010 às 23:53  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

No seu último comentário, Catarina diz:
«Agora se eu sou, sei lá, professora e decido escrever e publicar um artigo sobre o péssimo trabalho de um amigo meu que é cantoneiro...»

Pois, mas a comparação não se aplica ao texto em causa, pois Carlos Queiroz e Pedro Barroso têm a mesma profissão (têm o mesmo curso do INEF), embora tenham encarreirado para especialidades diferentes.

3 de julho de 2010 às 09:34  
Blogger R. da Cunha said...

Assunto interessnte. Será que é possível explanar uma opinião aqui? Vou pensar e talvez regresse.

3 de julho de 2010 às 12:35  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Aqui vai mais uma 'dica':

«Em geral, quando o assunto é desagradável, quem nos diz a verdade não são os amigos, mas sim os inimigos. Um amigo que, fugindo a essa regra, nos diz as verdades desagradáveis... esse - sim! - é um verdadeiro amigo».

O que acima se escreve não oferece grandes dúvidas. Resta apenas a questão se o pode dizer publicamente.
Se calhar, depende das circunstâncias, nomeadamente se o assunto é de carácter público ou privado.

Em política, p. ex.,estamos a toda a hora a ouvir políticos a atacar publicamente outros (apesar da amizade que - dizem... - existe entre eles): os casos de Mário Soares com Salgado Zenha e Manuel Alegre, p. ex.

3 de julho de 2010 às 15:30  
Blogger macy said...

Nem mais! É exactamente isso que defendo no meu comentário de ontem!

3 de julho de 2010 às 18:53  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O cerne do problema parece estar no facto de a crítica ser feita publicamente.

Então lá vai um exemplo:

Inúmeras vezes, em reuniões na empresa em que trabalhei (entre colegas ou com o Cliente), fui criticado por uns e critiquei outros - amigos ou não, isso não interessava para o caso, pois o que estava em causa eram aspectos de trabalho.
Entrávamos amigos e saíamos amigos e, no entanto, por vezes as discussões eram rijas e até desagradáveis.

E, no entanto - e era aqui que eu queria chegar - essas discussões e essas criticas eram feitas, de certa forma, em público.

Mas com uma ressalva: esse "público" era restrito aos colegas. Nenhum de nós viria dizer o mesmo para um jornal, p. ex.

3 de julho de 2010 às 20:45  
Blogger macy said...

Eu considero esse tipo de crítica privada, precisamente porque não iriam publicar num jornal ou num blog. Era uma crítica restrita a um grupo de pessoas envolvidas no mesmo projecto e as discussões não eram penso eu divulgadas pelo resto da empresa.Logo não eram do domínio
publico.

3 de julho de 2010 às 22:56  
Blogger GMaciel said...

Se, tendo razão para tal, faria uma crítica a um amigo? Certamente, por isso mesmo sou amiga dele/a e, conhecendo-nos bem, ele/a saberá que eu a farei tal como eu saberei que também ele/a a faria.

Se o faria em público? Obviamente não. O que quer que eu tivesse a dizer-lhe, apenas a ele/a diria respeito pelo que seria em privado.

Se a crítica poderia ser dura? Dificilmente pois tenho sempre o cuidado de dizer o que penso mas de forma a não magoar o/a amigo/a.

Agora, por imperativos profissionais, digamos que seria jornalista, tinha de escrever uma crónica sobre o que tinha criticado junto a ele/a. Antes do mais informá-lo/a-ia do que iria fazer e depois de feita a crónica, mostrar-lha-ia antes de a entregar.

Pela parte que me toca esperaria o mesmo comportamento dele/a, porque a amizade não o é sem lealdade.

4 de julho de 2010 às 19:57  
Blogger XR said...

Uma crítica a um amigo pode, sim, ser pública - se não for escrita com o intuito de ofender, denegrir, magoar.
Se for construtiva, se for positiva, se se basear na exposição fundamentada da discordância e não num mero "não gostei do que fizeste" não vejo qualquer razão para que não seja feita em público.

Mais ainda: quando a pessoa visada na crítica tem uma posição exposta aos olhos do público (no caso focado, muito!) sujeita-se a que chovam N comentários de vários quadrantes, bem como críticas ferozes que apesar de palavreado rebuscado ou politicamente correcto se resumem a dizer "fulano X é um cocó".
Ora, se as críticas mal fundamentadas - e públicas! - aparecem seja de onde for a ponto do visado já nem lhes dar crédito, porque não há de outrem fazê-lo também publicamente mas de forma construtiva?

Um amigo que se dê ao trabalho de criticar aspectos específicos apontando em que pode existir melhoria, pode perfeitamente fazê-lo - de forma tão pública quanto o cargo ou actuação da outra pessoa.
É que, ainda que o visado possa descartar todas as outras críticas baseando-se em picos de aleivosia ou ressabianço que escorrem por entre as palavras, quando é um amigo que as faz - ainda para mais um amigo com os mesmos conhecimentos teóricos/práticos - só ganha em parar para pensar; mesmo que o pensamento seja o de "agora até este tipo me ataca?"; mas pára e pensa.
E quando se critica o comportamento ou postura de um amigo que achamos estar a cometer um (ou vários) erro(s) é isso que queremos. Que pare para pensar.

E já agora se nos levar a crítica em linha de conta também pode ser :)

5 de julho de 2010 às 14:49  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Já agora uma outra 'dica', que está relacionada com o termo "amigo".

E refiro isso porque temos o hábito de chamar "amigos" a simples "conhecidos" ou meros "amigalhaços" dos quais, por vezes, pouco ou nada sabemos.

Um velho colega da faculdade (que cumprimentamos na rua com um sorriso) será um "amigo"?

Estou a lembrar-me de escrever isso por causa do Mário Lino, que me farto de referir (e criticar) aqui a propósito das SCUT:

Andámos ambos no IST, fomos ambos colaboradores da Associação de Estudantes, vamos ambos ao respectivo almoço anual, tratamo-nos por "tu".

Mas mais nada - desconfio, até, que ele nem sabe o meu nome...

Assim sendo, considero que, ao criticar as suas fantasias acerca das portagens (e não está em causa, agora, o facto de eu ter tido sempre razão contra ele) não cometo nenhuma falha lesa-amizade.

Ora é possível que o relacionamento do Pedro Barroso com o Carlos Queiroz seja semelhante. Não faço a menor ideia...

Mas isto foi só uma "achega" pois há "amigos" e "amigos"...

5 de julho de 2010 às 16:58  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Ainda acerca dos "amigos", JPP refere no ABRUPTO:

«...as 'Obras Morais' de Plutarco, seja o 'Como Distinguir um Adulador de um Amigo', o 'Como Retirar Benefício dos Inimigos', o 'Acerca do Número Excessivo de Amigos', e o 'Sobre o Afecto aos Filhos', entre muitos outros textos, e tudo está lá perfeito.»

5 de julho de 2010 às 18:02  
Blogger GMaciel said...

Exactamente, CMR, e o meu comentário tem a ver com amigos, não conhecidos ou colegas sem qualquer outra aproximação do que o emprego ou a formação académica.

A esses eu não chamo amigos e como sei que geralmente é assim que se apelida quem quer que se conheça um pouco melhor, não comentei ou sequer pretendi criticar o texto de Pedro Barroso.

O meu lema nestas coisas é: cada um sabe de si, e quando eu não gosto do que sei, ou penso saber, afasto-me sem mais delongas.

5 de julho de 2010 às 19:00  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Pois... E em relação aos "amigos do emprego", posso dizer que as maiores sacanices que me fizeram em toda a vida vieram, precisamente, de alguns deles.

Na realidade, nesses casos trata-se de meros colegas, com quem temos um relacionamento cordial que, ao fim de muito tempo de convívio, facilmente, confundimos com amizade.

Mas, quando são os interesses puros-e-duros que estão em jogo (pessoais ou de ascensão profissional), rapidamente a verdadeira face dessa amizade-da-treta vem ao de cima.

Como digo: nunca fui tão sacaneado na vida como o fui por "amigos" da empresa onde trabalhei durante quase 30 anos!

5 de julho de 2010 às 19:42  
Blogger GMaciel said...

Também eu, CMR, tive mesmo quem cozinhasse o meu despedimento. O problema deste tipo de pessoas - que são mais do que as mães - é julgarem-se tão inteligentes que acabam por não contar com a inteligência dos outros. O resultado só pode ser o feitiço virar-se contra o feiticeiro, que foi o que aconteceu no meu caso.

Eu não misturo as águas: amigos são amigos, colegas são colegas. E mesmo amigos... enfim, às vezes enganamo-nos. Também me aconteceu.

:(

5 de julho de 2010 às 21:08  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Nada impede que a "conversa" continue mas, para efeitos de passatempo, terminou às 20h00m (e o desgraçado do júri já começou a trabalhar - e vai ter MUITO que ler!)

5 de julho de 2010 às 22:02  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O resultado está anunciado em 'post' desta manhã.

Atenção ao prazo para reclamar os prémios!

7 de julho de 2010 às 11:54  

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