«A Quadratura do Circo» - O Queiroz que eu conheço
Por Pedro Barroso
CUSTA SEMPRE bater num amigo. Sempre tive com ele o privar cordial e companheiro de alguém com a mesma formação e geracionalmente próximo.
Era eu já razoavelmente conhecido no mundo da canção e o Carlos, um pouco mais novo, debutava nos iniciados do meu Belenenses, o que nos aproximava sobremaneira. Ficou uma amizade tranquila, confirmada por encontros posteriores, onde ele me confidenciava do seu desejo de férias e sossego secreto num Algarve privado que me revelou. Mas onde talvez hoje não possa arriscar muito o passeio público, pois estaria sujeito a ouvir imprecações de menos nobreza a cada esquina, e insultos animosos de um qualquer pescador mais impulsivo.
Mas adiante; isso… foram confidências que não denuncio. E em nome da sua privacidade tem direito mantê-las.
Também eu sei o que custa entrar num sítio e ter de aturar um sujeito que nunca vimos, já bebeu demais, e nos trata por tu, só porque esteve na sétima fila de um qualquer concerto que dei há 20 anos em Santa Comba do Semicúpio. E nos bate nas costas como se fosse nosso amigo de infância ou mesmo irmão de longa data. E nos chateia o resto do jantar, sem ter objectivamente nada para dizer, só porque é insolente e grosseiro na sua etílica condição e calhou estarmos ali. (...)
Texto integral [aqui]CUSTA SEMPRE bater num amigo. Sempre tive com ele o privar cordial e companheiro de alguém com a mesma formação e geracionalmente próximo.
Era eu já razoavelmente conhecido no mundo da canção e o Carlos, um pouco mais novo, debutava nos iniciados do meu Belenenses, o que nos aproximava sobremaneira. Ficou uma amizade tranquila, confirmada por encontros posteriores, onde ele me confidenciava do seu desejo de férias e sossego secreto num Algarve privado que me revelou. Mas onde talvez hoje não possa arriscar muito o passeio público, pois estaria sujeito a ouvir imprecações de menos nobreza a cada esquina, e insultos animosos de um qualquer pescador mais impulsivo.
Mas adiante; isso… foram confidências que não denuncio. E em nome da sua privacidade tem direito mantê-las.
Também eu sei o que custa entrar num sítio e ter de aturar um sujeito que nunca vimos, já bebeu demais, e nos trata por tu, só porque esteve na sétima fila de um qualquer concerto que dei há 20 anos em Santa Comba do Semicúpio. E nos bate nas costas como se fosse nosso amigo de infância ou mesmo irmão de longa data. E nos chateia o resto do jantar, sem ter objectivamente nada para dizer, só porque é insolente e grosseiro na sua etílica condição e calhou estarmos ali. (...)
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37 Comments:
Li 2/3 deste texto e parei.
Já tinha lido o suficiente ...
Não interessa que esta crítica de Pedro Barroso tenha ou não fundamento.
Que nunca amigos ou amigas estilo Pedro Barroso se aproximem de mim. Corrijo : “conhecidos ou conhecidas” em vez de “amigos ou amigas”. Um verdadeiro amigo não critica PUBLICAMENTE outro amigo. NUNCA.
Afinal quem é Pedro Barroso?
Suponho que tenho que recorrer ao google...Não, não vou. Não creio que valha a pena.
Diz a Catarina:
«Um verdadeiro amigo não critica PUBLICAMENTE outro amigo. NUNCA»
Não sei se será assim, sempre.
Se o assunto for PÚBLICO (político, ou sobre arte ou sobre espectáculos, p. ex.), e se a crítica for "construtiva" (como se costuma dizer...) não há mal nenhum nisso.
Depende, também, dos termos em que é feita.
A toda a hora vemos políticos amigos a discordarem uns dos outros publicamente. É que o assunto em causa é PÚBLICO e não privado.
Neste caso do futebol, o assunto, além de público (por natureza), é pago com dinheiros públicos.
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Já agora, o aspecto inverso:
Quando lemos críticas de cinema, ou de teatro ou de livros ou de música, muitas vezes receamos que não sejam honestas devido ao facto de críticos e criticados poderem ser amigos.
E gostaríamos que essas críticas passassem por cima desse (eventual) facto e fossem objectivas.
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Finalmente: é muito difícil encontrar um amigo que nos diga as verdades quando erramos. E é nesses momentos que mais precisaríamos de saber a verdade.
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Em breve afixarei aqui, como passatempo, uma famosa frase sobre uma situação semelhante.
cara Catarina
Saber receber uma critica quando falhamos é o acto maior de maturidade e confiança propria no nosso entendimento.
Quando um musico desafinou ele proprio ao reouvir o q gravou dá por isso e corrige-se. Se nao der sera util q alguem lho diga. Será ate "amigo".
Se acha q o CQ esteve bem, então conteste tecnica e tacticamente o q foi escrito e está justificado e deixe-se de efluvios emocionais desapoiados por qualquer argumento q nao seja, ao q parece, uma etica estranhissima onde o amigo estaria sempre acima do erro e do nosso comentario.
Se nao sabe quem sou, otimo. Por favor nem procure. Nem google nem you tube. Nada. Fico muito mais tranquilo assim.
pb
Não serei eu que lhe vou perturbar a tranquilidade. Acredite.
Carlos
Compreendo o que está a dizer. Tem razão quando diz” “...nos termos em que é feita”. Precisamente!
Também poderei levantar a hipótese de haver uma certa falta de objectividade no seu comentário relativamente ao post na medida em que poderá haver um certo relacionamento de amizade entre o Carlos e o autor do dito escrito. Mas não importa. Dei a minha opinião e não tenho nada a acrescentar. C omo salientei nem fundamentei a minha opinião no desemprenho do Carlos Q. Bom fim de semana, Carlos.
O assunto é suficientemente interessante para justificar um passatempo próprio, que já estou a preparar.
Estou curiosa.. Fico a aguardar...
Uma crítica construtiva de um amigo também pode ser muito útil se tiver visibilidade pública, já que pode incentivar a que críticas de outras pessoas sejam também construtivas e pode dissuadir ou tirar importância às críticas menos justificadas.
ai amigos...este é um texto onde se procura fazer, de certo modo, tambem, humor. (A melhor forma de sermos superiores à fatalidade da eliminação ...) E é nesse enquadramento que acho deliciosa - por seguramente ter sido acidental...- a expressão/lapsus da Catarina "o desemprenho do Carlos Q". Uma gaffe de teclado saborosa e que 80% dos portugueses perfilha. O desemprenho, exactamente. Bravo Catarina!
É evidente que há um erro de digitação em “desemprenho” ; obviamente não reparei. Não altera o contexto.
Tantos adornos verbais que se reduzem a uma simples conclusão: »fragilidade psicológica». Melhor teria sido uma cançãozinha "Morte Que Mataste Lira". Bem sei quela foi popularizada pelo saudoso Adriano Correia de Oliveira, mas na sua voz o tradicional também fica bem.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 02/07/2010
etpluribusepitaphius.blogspot.com
aqui:
http://olhardomiguel.wordpress.com/2010/07/02/a-quadratura-do-crculo-um-comentrio-a-um-texto-do-pedro-barroso/
O Pedro Pinto enriquece a discussão...
o verdadeiro amigo diz a verdade mesmo que doa , amigos falsos que não dizem nada a bem da "amizade" é o que há mais por aí . pena que eu já não tenho um amigo assim , morreu assassinado por um cancro
Se me permite, Diogo, concordo consigo. O amigo deve dizer-nos a verdade. Deve saber dizê-la sem nos magoar, sem nos humilhar e sem nos expor perante as outras pessoas mesmo que elas tenham observado um comportamento , uma forma de agir menos correcta. Necessitamos dele ao nosso lado.
Acabei de afixar o prémio para o passatempo em que se pretende premiar o melhor comentário feito acerca deste tema até às 20h de 2ª-feira.
Atenção:
Se interpretei bem o que está em causa, o que se pretende discutir (pelo menos no âmbito do passatempo cujo prémio é o livro indicado) não é o aspecto futebolístico da questão (nem o caso concreto do seleccionador nacional), mas sim a questão mais geral, suscitada pelos comentários da leitora Catarina:
Será - ou não - correcto criticar publicamente um amigo?
É correcto criticar publicamente um amigo desde que o assunto seja público. É não só correcto mas também importante que assim seja senão lá caímos nós nos arranjinhos entre amigalhaços que se encobrem e protegem, situação tão comum neste nosso Portugal.
Quando pelo contrário o assunto é do foro privado, a critica deve ser também privada.
Um amigo não pode fechar os olhos aos erros dos seus amigos mas, deve ter o discernimento para saber criticar construtivamente os mesmos e saber distinguir o que é do foro privado e do público.
Aqui fica uma primeira de várias 'dicas', que tenciono dar para ajudar à discussão:
Imagine-se que eu sou crítico de cinema (ou pintura, ou de teatro, ou literário) e tenho de fazer, para um jornal, a crítica de um filme (ou de uma exposição de quadros, ou de uma peça, ou de um livro) de um amigo.
Se eu acho que a obra dele tem uma série de defeitos (ou é francamente má), o que é que eu faço?
Peço escusa ao jornal (porque 'não posso criticar publicamente um amigo')? Ou digo o que tenho a dizer, pois "amigos, amigos, mas trabalho à parte"?
Se não se sente confortável com a ideia de criticar publicamente a obra dum amigo, o melhor mesmo é pedir escusa! Se tiver a coragem de
fazer uma critica objectiva e isenta, então deve mesmo dizer o que tem a dizer! É isso mesmo "amigos, amigos, trabalho á parte".
Já chega de arranjinhos na nossa sociedade. O que é publico, publicamente deve ser falado, criticado, esmiuçado!
Carlos, não estou a concorrer...
Se o Carlos é um crítico de pintura, por exemplo, e tem que fazer uma crítica a uma obra de um pintor que, por acaso, é seu amigo, claro que fará a crítica, é o seu trabalho. A sua crítica honesta e objectiva vai reflectir-se naquilo que comenta. E como bom crítico que é (porque estou a assumir que é) nem se vai referir ao relacionamento pessoal que teve ou que mantem com o pintor,nem a razão porque lhe vai custar muito escrever o que vai escrever... Agora se eu sou, sei lá, professora e decido escrever e publicar um artigo sobre o péssimo trabalho de um amigo meu que é cantoneiro... Tenho que publicar esta crítica? Não.
É evidente que a crítica pública a um amigo é não apenas um dever legítimo, como em certos casos é uma exigência ética imprescindível.
Só assim se é verdadeiramente amigo. O amigo é aquele em quem confiamos e que em nós confia, mas é mais amigo ainda e nós somos mais amigos do nosso amigo se não prescindirmos da lisura e honestidade que o faz saber que não lhe encobriremos as faltas, sobretudo quando são do domínio público ou se afectam terceiros. E, em meu entendimento, se assim não for a amizade não cumpre todos os requisitos, vejo-a mais como um contrato de mútuo interesse para o que der e vier, mesmo que seja ilícito.
Pela minha parte, a verdadeira amizade é o que sobra irresistivelmente para lá dos comportamentos "publicamente correctos" destinados a manter aparências e a manter conveniências.
É isso que, enquanto no uso das minhas faculdades mentais, exijo dos meus amigos. De resto, se assim não procederem não os considero verdadeiros amigos.
É também assim que procedo com as pessoas que estimo e são minhas amigas - porque elas já sabem com o que contam, implacavelmente. Mesmo que me doa. Como tem doído, bastas vezes. Mas, à conta disso, ganhei três ou quatro pessoas que julto dariam a vida por mim, como eu não tenho dúvida que daria a vida por elas.
E assim como nunca nenhum filho de nenhuma mãe pronunciará uma injúria a um desses meus amigos na minha presença, assim eu não pouparei algum desses amigos se ele errar. Mas fá-lo-ei, estando sempre a seu lado para o ajudar no que puder a corrigir a falta que tenha cometido. E espero dos meus amigos outro tanto, nos mesmos termos.
O resto, que é bastante comum, abstenho-me de o classificar...
E bem sei que o mundo se não rege nem por princípios nem por boas intenções, o que comanda verdadeiramente a vida, em todos os sentidos, são os interesses e as paixões.
Ora, é contra isto que me sinto dever lutar, mesmo sabendo que não mudo o mundo.
Mas já considero uma vitória grande, não me deixara vencer pela "praxis" mundana (não sei se isto se diz assim).
Peço desculpa pela extensão do texto.
E também peço desculpa pelas imperfeições do (meu) comentário anterior, que em vez de pré-visualizar, mandei logo publicar.
E como dá trabalho voltar a escrever novamente deixo-o assim...
No seu último comentário, Catarina diz:
«Agora se eu sou, sei lá, professora e decido escrever e publicar um artigo sobre o péssimo trabalho de um amigo meu que é cantoneiro...»
Pois, mas a comparação não se aplica ao texto em causa, pois Carlos Queiroz e Pedro Barroso têm a mesma profissão (têm o mesmo curso do INEF), embora tenham encarreirado para especialidades diferentes.
Assunto interessnte. Será que é possível explanar uma opinião aqui? Vou pensar e talvez regresse.
Aqui vai mais uma 'dica':
«Em geral, quando o assunto é desagradável, quem nos diz a verdade não são os amigos, mas sim os inimigos. Um amigo que, fugindo a essa regra, nos diz as verdades desagradáveis... esse - sim! - é um verdadeiro amigo».
O que acima se escreve não oferece grandes dúvidas. Resta apenas a questão se o pode dizer publicamente.
Se calhar, depende das circunstâncias, nomeadamente se o assunto é de carácter público ou privado.
Em política, p. ex.,estamos a toda a hora a ouvir políticos a atacar publicamente outros (apesar da amizade que - dizem... - existe entre eles): os casos de Mário Soares com Salgado Zenha e Manuel Alegre, p. ex.
Nem mais! É exactamente isso que defendo no meu comentário de ontem!
O cerne do problema parece estar no facto de a crítica ser feita publicamente.
Então lá vai um exemplo:
Inúmeras vezes, em reuniões na empresa em que trabalhei (entre colegas ou com o Cliente), fui criticado por uns e critiquei outros - amigos ou não, isso não interessava para o caso, pois o que estava em causa eram aspectos de trabalho.
Entrávamos amigos e saíamos amigos e, no entanto, por vezes as discussões eram rijas e até desagradáveis.
E, no entanto - e era aqui que eu queria chegar - essas discussões e essas criticas eram feitas, de certa forma, em público.
Mas com uma ressalva: esse "público" era restrito aos colegas. Nenhum de nós viria dizer o mesmo para um jornal, p. ex.
Eu considero esse tipo de crítica privada, precisamente porque não iriam publicar num jornal ou num blog. Era uma crítica restrita a um grupo de pessoas envolvidas no mesmo projecto e as discussões não eram penso eu divulgadas pelo resto da empresa.Logo não eram do domínio
publico.
Se, tendo razão para tal, faria uma crítica a um amigo? Certamente, por isso mesmo sou amiga dele/a e, conhecendo-nos bem, ele/a saberá que eu a farei tal como eu saberei que também ele/a a faria.
Se o faria em público? Obviamente não. O que quer que eu tivesse a dizer-lhe, apenas a ele/a diria respeito pelo que seria em privado.
Se a crítica poderia ser dura? Dificilmente pois tenho sempre o cuidado de dizer o que penso mas de forma a não magoar o/a amigo/a.
Agora, por imperativos profissionais, digamos que seria jornalista, tinha de escrever uma crónica sobre o que tinha criticado junto a ele/a. Antes do mais informá-lo/a-ia do que iria fazer e depois de feita a crónica, mostrar-lha-ia antes de a entregar.
Pela parte que me toca esperaria o mesmo comportamento dele/a, porque a amizade não o é sem lealdade.
Uma crítica a um amigo pode, sim, ser pública - se não for escrita com o intuito de ofender, denegrir, magoar.
Se for construtiva, se for positiva, se se basear na exposição fundamentada da discordância e não num mero "não gostei do que fizeste" não vejo qualquer razão para que não seja feita em público.
Mais ainda: quando a pessoa visada na crítica tem uma posição exposta aos olhos do público (no caso focado, muito!) sujeita-se a que chovam N comentários de vários quadrantes, bem como críticas ferozes que apesar de palavreado rebuscado ou politicamente correcto se resumem a dizer "fulano X é um cocó".
Ora, se as críticas mal fundamentadas - e públicas! - aparecem seja de onde for a ponto do visado já nem lhes dar crédito, porque não há de outrem fazê-lo também publicamente mas de forma construtiva?
Um amigo que se dê ao trabalho de criticar aspectos específicos apontando em que pode existir melhoria, pode perfeitamente fazê-lo - de forma tão pública quanto o cargo ou actuação da outra pessoa.
É que, ainda que o visado possa descartar todas as outras críticas baseando-se em picos de aleivosia ou ressabianço que escorrem por entre as palavras, quando é um amigo que as faz - ainda para mais um amigo com os mesmos conhecimentos teóricos/práticos - só ganha em parar para pensar; mesmo que o pensamento seja o de "agora até este tipo me ataca?"; mas pára e pensa.
E quando se critica o comportamento ou postura de um amigo que achamos estar a cometer um (ou vários) erro(s) é isso que queremos. Que pare para pensar.
E já agora se nos levar a crítica em linha de conta também pode ser :)
Já agora uma outra 'dica', que está relacionada com o termo "amigo".
E refiro isso porque temos o hábito de chamar "amigos" a simples "conhecidos" ou meros "amigalhaços" dos quais, por vezes, pouco ou nada sabemos.
Um velho colega da faculdade (que cumprimentamos na rua com um sorriso) será um "amigo"?
Estou a lembrar-me de escrever isso por causa do Mário Lino, que me farto de referir (e criticar) aqui a propósito das SCUT:
Andámos ambos no IST, fomos ambos colaboradores da Associação de Estudantes, vamos ambos ao respectivo almoço anual, tratamo-nos por "tu".
Mas mais nada - desconfio, até, que ele nem sabe o meu nome...
Assim sendo, considero que, ao criticar as suas fantasias acerca das portagens (e não está em causa, agora, o facto de eu ter tido sempre razão contra ele) não cometo nenhuma falha lesa-amizade.
Ora é possível que o relacionamento do Pedro Barroso com o Carlos Queiroz seja semelhante. Não faço a menor ideia...
Mas isto foi só uma "achega" pois há "amigos" e "amigos"...
Ainda acerca dos "amigos", JPP refere no ABRUPTO:
«...as 'Obras Morais' de Plutarco, seja o 'Como Distinguir um Adulador de um Amigo', o 'Como Retirar Benefício dos Inimigos', o 'Acerca do Número Excessivo de Amigos', e o 'Sobre o Afecto aos Filhos', entre muitos outros textos, e tudo está lá perfeito.»
Exactamente, CMR, e o meu comentário tem a ver com amigos, não conhecidos ou colegas sem qualquer outra aproximação do que o emprego ou a formação académica.
A esses eu não chamo amigos e como sei que geralmente é assim que se apelida quem quer que se conheça um pouco melhor, não comentei ou sequer pretendi criticar o texto de Pedro Barroso.
O meu lema nestas coisas é: cada um sabe de si, e quando eu não gosto do que sei, ou penso saber, afasto-me sem mais delongas.
Pois... E em relação aos "amigos do emprego", posso dizer que as maiores sacanices que me fizeram em toda a vida vieram, precisamente, de alguns deles.
Na realidade, nesses casos trata-se de meros colegas, com quem temos um relacionamento cordial que, ao fim de muito tempo de convívio, facilmente, confundimos com amizade.
Mas, quando são os interesses puros-e-duros que estão em jogo (pessoais ou de ascensão profissional), rapidamente a verdadeira face dessa amizade-da-treta vem ao de cima.
Como digo: nunca fui tão sacaneado na vida como o fui por "amigos" da empresa onde trabalhei durante quase 30 anos!
Também eu, CMR, tive mesmo quem cozinhasse o meu despedimento. O problema deste tipo de pessoas - que são mais do que as mães - é julgarem-se tão inteligentes que acabam por não contar com a inteligência dos outros. O resultado só pode ser o feitiço virar-se contra o feiticeiro, que foi o que aconteceu no meu caso.
Eu não misturo as águas: amigos são amigos, colegas são colegas. E mesmo amigos... enfim, às vezes enganamo-nos. Também me aconteceu.
:(
Nada impede que a "conversa" continue mas, para efeitos de passatempo, terminou às 20h00m (e o desgraçado do júri já começou a trabalhar - e vai ter MUITO que ler!)
O resultado está anunciado em 'post' desta manhã.
Atenção ao prazo para reclamar os prémios!
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