Uma Esquerda à Deriva
Por Alfredo Barroso
A PERGUNTA, dirigida aos partidos da extrema-esquerda parlamentar, impõe-se: quanto pior, melhor? Se era isto que pretendiam o BE e o PCP, ao colaborarem com os partidos da direita no derrube do governo do PS, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa bem podem limpar as mãos à parede. Fizeram um lindo serviço.
A história repetiu-se 35 anos depois. Já em 1976, os mesmos «irmãos inimigos», PCP e UDP (hoje escondida no BE), juntaram os seus votos aos do PPD e do CDS para derrubar o primeiro governo do PS. Seguiram-se uma efémera coligação PS-CDS, três governos de «iniciativa presidencial» e três governos da AD que levaram o país à beira da bancarrota – evitada pelo governo do «bloco central» (PS-PPD). (...)
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2 Comments:
É pretinente a pergunta que o caro Dr. Alfredo Barroso, coloca aos partidos. Contudo, o povo, exercendo o seu direito livre, corroburou com o voto, o que, em minha opinião, é sinal de que o essencial lhe foi escondido, premitindo, ou até, facilitando o resultado da escolha. E ainda, que a máquina eleitoral do PS, terá eventualmente falhado. Por inércia? Por inépcia? Ou porque também colaborou com os partidos da direita, no derrube do governo?
Acho piada a esta história de os partidos da oposição terem "derrubado" o governo. Aceitar este argumento, por si só, é não conhecer Sócrates - ou não ter aprendido a lê-lo.
Sócrates, o grande actor, o excelente jogador de póker, conseguiu a proeza de enterrar o país e entregar a difícil governação que se adivinha à direita, com a incrível capacidade de deixar o ónus da culpa à esquerda.
É obra, mais ainda quando poucos, muito poucos, o entenderam e tantos, imensos, caíram no espectacular bluff.
Melhor, nem de encomenda.
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