«Dito & Feito»
Por José António Lima
HÁ, NO PSD, quem não conviva bem com alguns princípios básicos da vida em democracia, como a liberdade de expressão e de crítica ao poder em exercício – quando é o PSD o partido que está no poder, claro. Carlos Carreiras, que está à frente da distrital de Lisboa do PSD, veio agora considerar que «é inconcebível ver ex-presidentes do PSD a fazerem comentários políticos permanentes, pelos quais são pagos, e a criticarem o partido e o Governo». E especificou: «É o caso de Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes e Santana Lopes... entre outros».
O que é, então, ‘concebível’ para Carreiras, um exemplar típico do aparelhismo partidário, que infesta tanto o PSD como o PS, e que há longos anos mexe os cordelinhos dos seus pequenos poderes nas estruturas locais da distrital lisboeta? É concebível, apenas, que o partido funcione como uma espécie de seita quando está no poder, que impere o seguidismo acrítico, quando não mesmo acéfalo, calando qualquer voz discordante no espaço público. Que inveja Carreiras deve ter da bem oleada e quase profissionalizada central de controlo da informação e das opiniões adversas montada por José Sócrates em S. Bento...
Para Carreiras e outros que tal, não importa se a crítica é pertinente e construtiva, no sentido de exigir aos governantes a realização dos compromissos que politicamente assumiram e não estão a cumprir, de contribuir para uma maior eficácia na aplicação de medidas e decisões inadiáveis, de impedir os atropelos e abusos do clientelismo e do tráfico de influências. Para Carreiras, qualquer crítica ao Governo da sua cor é uma heresia ou um ultraje. Inconcebível. Era essa mesma a doutrina da União Nacional ou da Acção Nacional Popular, para não ir mais longe. É uma escola de pensamento com fundas raízes nos hábitos nacionais. Como se vê. E Carreiras, na sua limitada visão do mundo, nem percebe que essa liberdade e pluralidade de opiniões é uma das mais-valias do PSD na sociedade portuguesa.
No efémero Governo de Santana Lopes, celebrizou-se o primarismo do censor Rui Gomes da Silva. Passos Coelho arrisca-se a ter em Carlos Carreiras o seu inconveniente Rui Gomes da Silva. Só lhe falta chegar a ministro, como o outro.
«SOL» de 29 Jul 11HÁ, NO PSD, quem não conviva bem com alguns princípios básicos da vida em democracia, como a liberdade de expressão e de crítica ao poder em exercício – quando é o PSD o partido que está no poder, claro. Carlos Carreiras, que está à frente da distrital de Lisboa do PSD, veio agora considerar que «é inconcebível ver ex-presidentes do PSD a fazerem comentários políticos permanentes, pelos quais são pagos, e a criticarem o partido e o Governo». E especificou: «É o caso de Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes e Santana Lopes... entre outros».
O que é, então, ‘concebível’ para Carreiras, um exemplar típico do aparelhismo partidário, que infesta tanto o PSD como o PS, e que há longos anos mexe os cordelinhos dos seus pequenos poderes nas estruturas locais da distrital lisboeta? É concebível, apenas, que o partido funcione como uma espécie de seita quando está no poder, que impere o seguidismo acrítico, quando não mesmo acéfalo, calando qualquer voz discordante no espaço público. Que inveja Carreiras deve ter da bem oleada e quase profissionalizada central de controlo da informação e das opiniões adversas montada por José Sócrates em S. Bento...
Para Carreiras e outros que tal, não importa se a crítica é pertinente e construtiva, no sentido de exigir aos governantes a realização dos compromissos que politicamente assumiram e não estão a cumprir, de contribuir para uma maior eficácia na aplicação de medidas e decisões inadiáveis, de impedir os atropelos e abusos do clientelismo e do tráfico de influências. Para Carreiras, qualquer crítica ao Governo da sua cor é uma heresia ou um ultraje. Inconcebível. Era essa mesma a doutrina da União Nacional ou da Acção Nacional Popular, para não ir mais longe. É uma escola de pensamento com fundas raízes nos hábitos nacionais. Como se vê. E Carreiras, na sua limitada visão do mundo, nem percebe que essa liberdade e pluralidade de opiniões é uma das mais-valias do PSD na sociedade portuguesa.
No efémero Governo de Santana Lopes, celebrizou-se o primarismo do censor Rui Gomes da Silva. Passos Coelho arrisca-se a ter em Carlos Carreiras o seu inconveniente Rui Gomes da Silva. Só lhe falta chegar a ministro, como o outro.
Etiquetas: autor convidado, JAL
2 Comments:
E se Carreiras chegar a ministro, poder-se-á então falar da carreira do Carreiras. Ou que o Carreiras fez carreira.
À semelhança de tantos carreiristas...
Na minha aldeia, dir-se-ia um Carreiras bem encarreirado.
Bolas!
Oh Lima, o Sócrates ao pé destes gajos era um principiante.
Estes têm o apoio do teu patrão e dos outros patrões da comunicação social, dos da banca, etc.,etc..
Vai dar uma volta ao bilhar grande, não nos atires areia para os olhos.
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