Explicar-se bem é o melhor remédio
JÁ VI manifestações grandes e pequenas, de boas e más causas,
violentas, comovedoras, grandiosas, mas para definir as de sábado
escolheria outra palavra: desiludidas.
Estamos dentro de um túnel e com a
suspeita de que, se surgir uma luz, alguma coisa prolongará o túnel.
Estamos apagados - e isso é muito pior e mais perigoso do que os euros
que nos estão a descontar.
Ontem, há duas gerações, vivíamos com menos
salário e piores condições, mas não estávamos tão quebrados. Isto para
dizer que os remédios económicos e financeiros são necessários, mas a
política é essencial. Precisamos de um memorando de entendimento sobre o
entendimento. Não sei se a TSU isto ou aquilo, mas eu não apresentaria,
hoje e aqui, uma medida que, basicamente, tira aos empregados e dá às
empresas sem me armar de uma mão cheia de argumentos curtos e claros.
Isto é, eu não o faria sem ter uma política. Por exemplo, não afogaria
numa entrevista de 76 minutos, como fez o primeiro-ministro, a cenoura
de prováveis baixas nos transportes. Não sei se a TSU pode consegui-lo,
sei é que Passos Coelho não fez esforço para me convencer (nem mentir-me
bem tentou ou soube).
Preocuparem-se em convencer-me é o mínimo que
peço. Olhem como Paulo Portas falou ontem: claro e incisivo. Claro, ele
está a tentar reequilibrar as forças no Governo, mas agradeço-lhe ter
falado de forma a eu entender. Não poderemos recuperar a esperança sem
que o discurso político melhore.
«DN» de 17 Set 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
discursos?paulo portas?bons manipuladores?
que desilusão!
o povo pede justiça, competência,criatividade, coragem,,,,
discurso mole o seu...
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