Não sabemos o que fazer? Alargamos
Por Ferreira Fernandes
O FENÓMENO é conhecido, nas crises aumentam os riscos de obesidade. Daí que seja natural que no Portugal desesperado o alargamento se tenha tornado moda. Ontem foi bastante praticado. Há meia dúzia de anos, o Boavista foi expulso, de forma que iria confirmar-se leviana, do campeonato maior. Há semanas, os tribunais deram razão ao clube. Mas o que fazer com ele? Solução encontrada ontem: a Liga de Clubes aprovou o alargamento do campeonato. Havia 16 clubes; passam a ser 18, para encaixar o Boavista (e porque o número deve ser par).
Também ontem, dois condenados por asneiras constitucionais, Passos e Gaspar, foram a Belém. Com o baraço ao pescoço? Não, com a exigência da moda. A coligação, que era do PSD e do CDS, passa a ser alargada a Cavaco.
Estamos, pois, assim. Há problemas? Alargamos. Metemos mais sócios. Onde come um, comem dois, diz o povo, que é generoso. Mas não foi certamente a generosidade que ditou o Alargamento de Belém. Muito pelo contrário, exatamente por essa não ser qualidade que alguém espera de Cavaco, o Governo adiantou-se a pedir compromissos públicos a Belém: como é? E, à noitinha, um comunicado presidencial lá teve de dar caução à continuação do Governo... Infelizmente, não é alargamento que indicie força. É irmão da jogada de secretaria da Liga de Clubes, sinal de quem não sabe o que fazer, exceto fugir para a frente ou engordar como os pobres.
«DN» de 7 Abr 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
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