Praxes: Suspensão
Por Carlos Fiolhais
Há quem diga que o assunto das praxes é trazido à colação para fazer
esquecer outros assuntos como a diminuição dos apoios ao ensino
superior e à ciência. Sou dos que pensam que o assunto das praxes é
grave, muito grave. O caso do Meco é emblemático: seis estudantes,
pessoas na flor da vida, desaparecem aparentemente durante um ritual
praxístico. As afirmações de Emídio Guerreiro, ex-dirigente estudantil,
desresponsabilizando as praxes e os praxadores são muitos infelizes
("não é praxe académica", disse ele). As praxes e os praxadores são
obviamente responsáveis. Concordo que proibir praxes não será solução,
mas os estudantes bem podiam, por sua própria iniciativa, suspender as
actividades praxísticas em todo o país durante um certo período, em
memória das vítimas. Foi o que aconteceu em Coimbra com o luto académico
que começou em Coimbra em 1969 e durou cerca de dez anos. Suspendam-se
agora aas praxes, por exemplo por seis anos, até que o tempo faça
esquecer a estupidez destas mortes.
In De Rerum Natura Etiquetas: autor convidado, CF
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home