1.2.14

Praxes: Suspensão

Por Carlos Fiolhais
Há quem diga que o assunto das praxes é trazido à colação para fazer esquecer outros assuntos como a diminuição dos apoios ao ensino superior  e à ciência. Sou dos que pensam que o assunto das praxes é grave, muito grave. O caso do Meco é emblemático: seis estudantes, pessoas na flor da vida, desaparecem aparentemente durante um ritual praxístico. As afirmações de Emídio Guerreiro, ex-dirigente estudantil, desresponsabilizando as praxes e os praxadores são muitos infelizes ("não é praxe académica", disse ele). As praxes e os praxadores são obviamente responsáveis. Concordo que proibir praxes não será solução, mas os estudantes bem podiam, por sua própria iniciativa, suspender as actividades praxísticas em todo o país durante um certo período, em memória das vítimas. Foi o que aconteceu em Coimbra com o luto académico que começou em Coimbra em 1969 e durou cerca de dez anos. Suspendam-se agora aas praxes, por exemplo por seis anos, até que o tempo faça esquecer a estupidez destas mortes.
In De Rerum Natura

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