Uma coisinha simples
Por Ferreira Fernandes
O PS vai a votos para líder. Dois candidatos, Seguro e Costa. O vencedor da eleição socialista a 28 de setembro terá papel relevante no próximo Parlamento e talvez no próximo governo. Para governar há uma condição que devemos exigir, mesmo céticos sobre o cumprimento: clareza. É fundamental num país tão opaco (os problemas de justiça e de finanças chafurdam aí). Clareza. De tão vaga, na voragem do governar iremos ser enganados, aqui e ali, pouco ou muito, por quem governar, eu sei. Mas, justamente, Seguro e Costa, que pretendem ambos ser Governo em breve, têm neste momento uma coisinha simples e substantiva, que poderia demonstrar que eles são pela clareza. Atenção, demonstrando-o agora não fica provado que amanhã um ou outro, primeiro-ministro, cumpra. Não. Mas hoje, sim: aquela coisinha simples e substantiva, fácil de ser cumprida e de ser seguida pelos nossos olhos, demonstra que eles merecem o benefício da dúvida. Na Federação Socialista de Braga, que vai a votos internos daqui a duas semanas, houve traficância de futuros eleitores: apareceram militantes já falecidos a poder votar e quatro vezes mais quotas do que militantes há. O jornal Público fez as contas: aos 2294 militantes correspondem 27 mil euros de quotas, mas estas foram cem mil mais... Prepara-se uma chapelada. Quem pagou? Quem votar Seguro ou Costa pode decidir-se por aí: qual dos dois quer e vai resolver a coisinha simples?
«DN» de 23 Ago 14Etiquetas: autor convidado, F.F
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