Vá lá, não se envergonhem mais
Por Ferreira Fernandes
Conhecem aquelas carrinhas em forma de paralelepípedo? Pois esta é uma história burra como um paralelepípedo. Mais, até: como uma calçada de paralelepípedos, porque mete uma via de trânsito e está cercada de burros por todos os lados. Tudo se passa, ou melhor, estaciona na Avenida Alcina Fadista que, nesta história, é o único nome que não tem de se envergonhar. A carrinha branca está estacionada em Castro Daire, numa rotunda, o que é perigoso sempre e neste caso ainda mais porque está parada embicando para o centro da rotunda e totalmente sobre uma faixa de rodagem. De través, no meio de uma via pública! A carrinha está, ali e assim, há três meses. Armadilhou isto o proprietário, Manuel Santos, que justifica o ato por uma questão de terrenos: a câmara teria usado terrenos de familiares dele para alargamento da via. A coisa está em tribunal. O presidente da câmara, Fernando Carneiro, diz que está tranquilo e que o tribunal vai resolver. A GNR diz que não mexe na viatura porque o processo não está julgado. E, como se tem visto em telejornais, há gente da terra que encolhe os ombros e até ri. Resumindo, o carroceiro para, o autarca sossega, a GNR aguarda, o povo ri - e o forasteiro que se espetar ali, que fará (se continuar a mexer-se)? Coitada da Alcina Fadista, emigrante que canta há décadas no Rio, ter o azar de ser homenageada por esta cambada...
«DN» de 22 Ago 14 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
Esta crónica vem bem a propósito do que se relata no 'post' anterior...
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