1.11.17

Os incêndios originaram uma “batalha”

Por Antunes Ferreira
A fricção entre o PR e Governo, não é, de todo, um jogo de cabra-cega, é um momento sério e muito importante na actual legislatura até esta terminar ou, pelo menos abanar o namoro que se veio mantendo desde que Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse. Foi como se um visitasse normal e semanalmente um molho de rosas, foi um galanteio acompanhado por um belo ramo de rosas; porém as rosas têm espinhos…
Quem anda um tanto distraído pelo futebol caseiro e internacional deve ter seguido as reportagens desta catástrofe pelos incêndios que foram ardendo por Portugal muitas vezes em directo. Os que andavam no terreno tiveram muita dificuldade em conter a emoção e os telespectadores não conseguiam ignorar os sinistros fogos florestais; foram os piores que aconteceram no país, com um número de mortos e de feridos de que não há memória de terem a dimensão que estes tiveram.
É óbvio que António Costa não podia mandar chover, mas toda a sua equipa, ou seja o Governo que encabeça, esteve abaixo da posição que deviam ter tido – e não tiveram. Com excepções de uns quantos que se aperceberam do grandíssimo desastre que consumia homens e bens. As casas, as fábricas e os instrumentos diversos podiam ser reconstruídos mas as vidas não.
E foram os incêndios florestais que levaram ao desacordo entre Belém e São Bento, abalando o equilíbrio que as pessoas que os protagonizaram, Marcelo e Costa. Porém não se deve esquecer a pergunta que tinha sido posta pelos diversos meios de comunicação: vai ou não recandidatar-se? O PR respondeu  “deixem chegar as autárquicas e depois logo decidirei”. Uma resposta que uns meses depois teve o seu seguimento na declaração de guerra entre os dois órgãos da soberania.  O caso felizmente não chegou ao divórcio, uma boa noticia para nós.
Todos nós sabemos que depois da tempestade vem a bonança. Mas no caso presente vamos ver quando será que ela virá. O país precisa de estabilidade o que significa de sossego político; e o que está a acontecer fica nos antípodas com os desejos do PR. A politiquice – que anda de braço dado com a política – tem de deixar-se de coscuvilhices; para estas bastam as vizinhas.
António Costa deu uma entrevista à TVI durante a qual tentou minimizar o confronto com Marcelo; este por seu turno abrandou a descasca pesada que atirara para São Bento. Parece que a trovoada política amainou e os beneficiários somos nós, os cidadãos.

Agora vamos arregaçar as mangas – e trabalhar sem descanso.  

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