Os incêndios originaram uma “batalha”
Por Antunes Ferreira
A fricção entre o PR e Governo, não é, de todo, um jogo de
cabra-cega, é um momento sério e muito importante na actual legislatura até
esta terminar ou, pelo menos abanar o namoro que se veio mantendo desde que
Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse. Foi como se um visitasse normal e
semanalmente um molho de rosas, foi um galanteio acompanhado por um belo ramo
de rosas; porém as rosas têm espinhos…
Quem anda um tanto distraído pelo futebol caseiro e
internacional deve ter seguido as reportagens desta catástrofe pelos incêndios
que foram ardendo por Portugal muitas vezes em directo. Os que andavam no
terreno tiveram muita dificuldade em conter a emoção e os telespectadores não
conseguiam ignorar os sinistros fogos florestais; foram os piores que
aconteceram no país, com um número de mortos e de feridos de que não há memória
de terem a dimensão que estes tiveram.
É óbvio que António Costa não podia mandar chover, mas toda
a sua equipa, ou seja o Governo que encabeça, esteve abaixo da posição que
deviam ter tido – e não tiveram. Com excepções de uns quantos que se
aperceberam do grandíssimo desastre que consumia homens e bens. As casas, as
fábricas e os instrumentos diversos podiam ser reconstruídos mas as vidas não.
E foram os incêndios florestais que levaram ao desacordo
entre Belém e São Bento, abalando o equilíbrio que as pessoas que os
protagonizaram, Marcelo e Costa. Porém não se deve esquecer a pergunta que
tinha sido posta pelos diversos meios de comunicação: vai ou não
recandidatar-se? O PR respondeu “deixem
chegar as autárquicas e depois logo decidirei”. Uma resposta que uns meses
depois teve o seu seguimento na declaração de guerra entre os dois órgãos da
soberania. O caso felizmente não chegou
ao divórcio, uma boa noticia para nós.
Todos nós sabemos que depois da tempestade vem a bonança.
Mas no caso presente vamos ver quando será que ela virá. O país precisa de
estabilidade o que significa de sossego político; e o que está a acontecer fica
nos antípodas com os desejos do PR. A politiquice – que anda de braço dado com
a política – tem de deixar-se de coscuvilhices; para estas bastam as vizinhas.
António Costa deu uma entrevista à TVI durante a qual tentou
minimizar o confronto com Marcelo; este por seu turno abrandou a descasca
pesada que atirara para São Bento. Parece que a trovoada política amainou e os
beneficiários somos nós, os cidadãos.
Agora vamos arregaçar as mangas – e trabalhar sem
descanso.
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