5.11.17

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Secagem de peixe na Nazaré – Hoje, é sobretudo o “Canhão” da Nazaré e as suas “ondas gigantes”! Há muitos anos, foi o encanto dos fotógrafos, entre os quais Castello-Lopes, Artur Pastor, Cartier-Bresson, Edouard Boubat e Jean Dieuzaide. Até Agnés Varda e Stanley Kubrick por lá andaram. Parece que não se podia vir a Portugal sem passar pela Nazaré. Antes e depois dessa moda, a Nazaré era, além das mulheres de negro, a secagem de peixe. Sobretudo o carapau, os batuques e a sardinha. Depois de “amanhado”, o peixe era colocado nas “paneiras” (tabuleiros) do “estindarte” (estendal). Eram necessários uns dias para o peixe seco, umas horas para o peixe “enjoado”. Secava-se peixe para comer, vender e guardar para o Inverno. Muitos trabalhadores agrícolas ou da construção, por esse país fora, ficaram a dever às sardinhas secas da Nazaré a única fonte diária de proteínas. Agora, a “arte” e o trabalho vão desaparecendo. O turismo rende mais. O “surf” também. E há já quem fale em proibir a pesca da sardinha durante dez ou quinze anos.

DN, 5 de Novembro de 2017

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Tempos que já lá vão. Para os portugueses foi um tempo de miséria, de fome, de doença e de ignorância. Era bom que tudo isso fosse (cada vez mais) passado...

7 de novembro de 2017 às 14:28  

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