AUTARCAS E INTERVENIENTES
Por Joaquim Letria
Uma fonte que reputo de muito bem informada e que é próxima
do Ministério da Administração Interna, referiu-me e mostrou-me a decisão
daquele Ministério que mantém a atribuição de responsabilidades criminais e
cíveis a “autarcas e outros intervenientes” com responsabilidades em actos
puníveis por lei a serem julgados por
tribunais competentes.
A decisão, que perturba muitos autarcas “e outros
intervenientes”, deixando-os num clima de receio pela avaliação de actos
discutíveis e que poderão vir a ser julgados pelos tribunais, criou uma
preocupação que neste momento se pode
traduzir pela ansiedade que já manifestam no sentido de apurar se esta decisão,
que tantos autarcas e “outros intervenientes” poderão englobar, tem efeitos
retroactivos.
Um ilustre advogado de Lisboa, muito conhecido pela sua
maestria em acções cíveis, garantiu-nos que
“não fará qualquer sentido esta decisão ser tomada sem abarcar erros
graves e crimes do passado”
Assim sendo, erros e crimes que autarcas, empreiteiros e
outros intervenientes em disparates urbanísticos, com gestão dolosa e prejuízo
político, económico e social poderão ser levados às barras dos tribunais para
que seja feita justiça.
“No caso do prédio Coutinho”, o clima, os resultados e os
prejuízos causados quer pelo Governo, quer pela Vianápolis, quer pelas
diferentes vereações camarárias podem ser atingidas por esta decisão que o Ministério da Administração Interna
revela agora?” perguntámos.
“Sim, com certeza! Os diferentes culpados por uma decisão
dessa gravidade terão de prestar contas à justiça”, foi a resposta.
Ora estando nós praticamente em Junho, do ano 18 da decisão
de implodir o Coutinho, ainda vamos assistir a mais este triste espectáculo patrocinado pela incúria, incompetência,
irresponsabilidade e falta de reflexão e sentimentos destes autarcas e todos os
outros intervenientes?
Por amor de Deus! Vão dar sangue!
Publicado no Minho Digital
Etiquetas: JL
1 Comments:
Novelas e contra-novelas. Com muitos prejudicados e pagadores. Não haverá maneira de por fim ao enredo?
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