COVID- 19 – Que fazer no dia seguinte?
Por C. B. Esperança
Por maior que seja a incerteza quanto à data do dia seguinte e à tranquilidade possível, há na catástrofe natural que nos flagela, razões para reflexão e para os cientistas de áreas variadas ajudarem os governos a planear o futuro no único Planeta que nos coube.
Pode faltar outra chance para ponderar o modelo de sociedade e preservar as conquistas civilizacionais face ao aquecimento global e escassez de recursos. Respeitar o ambiente, reduzir o consumo, conter a explosão demográfica e combater a fome e a doença, são as obrigações mais imediatas. Esta pandemia e a sua provável e incerta repetição, com uma bactéria ou outro vírus, demonstram que as fronteiras são acidentes precários no mundo global, para o bem e para o mal.
Pode não se fazer ideia do que é possível fazer, mas há certezas de erros que não devem ser repetidos. O trabalho e os rendimentos serão bens cada vez mais escassos e que urge repartir, para que as desigualdades obscenas entre países e, dentro destes, entre cidadãos não conservem níveis de injustiça a que o neoliberalismo condenou milhares de milhões de pessoas.
A guerra não é uma fatalidade, é uma fonte de riqueza para alguns e de sofrimento para multidões, que urge erradicar. Os arsenais nucleares são inúteis, perante as catástrofes, e obsoletos os mísseis para lhes porem termo.
É preciso ser demasiado ingénuo ou excessivamente crédulo para imaginar que a brutal destruição de bens, de postos de trabalho, do tecido económico e perturbação social não terão reflexos no bem-estar de cada um, num mundo empobrecido onde a satisfação das necessidades básicas se tornará o alvo principal a atingir.
Só o medo da perda da vida pode levar os avarentos a prescindir do supérfluo, e nunca mais deixará de ser o Estado, a nível nacional, regional ou global, a obrigar-se definir as regras pela quais todos teremos de nos pautar.
Apavora a possibilidade de um Estado totalitário substituir democracias pluripartidárias, e uma civilização alheia à matriz greco/romana e iluminista impor-se à Europa e a nível global.
Ponte Europa / SorumbáticoEtiquetas: CBE
2 Comments:
Caríssimo, eu repito.Meu Pai quando já tinha mais de 100 anos.
Um dia disse-me " tu és livre de ser rico! " Ele nasceu pobre trabalhou até além dos 90 e a riqueza que criou foi uma família grande.Teve 2 pensões aos 73 anos.Uma de cá 220€ e outra de 4 anos de trabalho em França de 300€.
Sendo um democrata não acha que todos são livres de serem ricos e de criarem muitos empregos? EU pouco tenho, mas admiro os Génios e os ricos como o Bill Gates e outros.
A mim incomoda-me que um génio tipo Rui Pinto esteja preso por gente que foi abençoada por favores.
A opinião ainda é livre mas confinada.
Cumps.
OPJJ:
Não só a opinião é livre como a sua expressão, facto que nos deve satisfazer a ambos, porque conhecemos a censura.
Só assim tenho o prazer de conhecer a sua opinião, quer seja coincidente ou divergente da minha.
Obrigado pelos seus comentários que leio sempre com agrado.
A unanimidade é própria das ditaduras, quer sejam as da URSS, da China, Coreia do Norte ou as de Salazar, Franco e Pinochet.
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