13.10.05

A irritante conversa do «Que remédio!»

LEMBRO-ME bem que, quando eu era miúdo, um dos terrores da malta era o óleo-de-fígado-de-bacalhau, droga que podia ser muito natural mas era de um sabor insuportável.

Por sinal eu tive sorte pois, quando mais tarde mo receitaram, já havia as cápsulas que evitavam o contacto com as papilas gustativas.



Tantos anos passados, voltei a lembrar-me disso quando, no domingo, a CDU veio dizer que, «Se o PS tivesse aceite coligar-se com ela, a Esquerda teria ganho - em Lisboa, por exemplo».

Decifrando: este raciocínio supõe que pessoas como eu engoliriam Carrilho a coberto de gostar de Rúben de Carvalho e/ou da CDU - que seriam, portanto, como a cápsulas atrás referidas!

Será assim tão difícil de perceber a rejeição emocional que provocam, a muito boa gente, pessoas como Carrilho e João Soares?!

Que diabo! Uma vitória da esquerda pode ser muito aliciante, mas há limites para o seu preço e para a auto-flagelação!

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu não moro em Lisboa, mas se morasse era capaz de votar na CDU.
Mas se eu soubesse que o meu voto iria ajudar a eleger o Carrilho, abstinha-me.

13 de outubro de 2005 às 18:40  
Anonymous Anónimo said...

Muitos políticos, jornlistas e comentadores continuam a menosprezar o efeito de "rejeição pura e simples" que certos candidatos provocaram.
Eu acho que em algumas terras, se o PS tem apresentado outras pessoas, até tinha ganho.

A ideia da CDU de que, a bem da esquerda, os eleitores votariam em pessoas como Carrilho e J. Soares, mostra que deve andar noutro planeta!

J. M. S.

13 de outubro de 2005 às 18:46  

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