A profissão
VAI POR AÍ uma grande discussão sobre um assunto que, à primeira vista, «não interessaria nem ao Menino Jesus»:
Trata-se de decidir (imagine-se!) se Cavaco Silva é - ou não - um político profissional.
O visado diz que não - sem parecer interessado em voltar a falar no assunto; mas Mário Soares e o PS garantem que sim - e acham que o caso é do maior interesse para o país.
Depois de consultar um dicionário (que me diz que «profissional é uma pessoa que é regularmente remunerada pelo trabalho que executa»), resolvi tentar colocar-me na pele do visado para arrumar ideias:
Eu acabei o meu curso no IST em 1970 e, a partir daí, passei a responder «engenheiro» quando me perguntavam qual era a minha profissão.
E se, por hipótese, eu tivesse sido deputado durante algum tempo, mesmo nessa altura continuaria a responder o mesmo; e também se, após uma dúzia de anos, regressasse à empresa onde havia trabalhado trazendo no bolso uma reforma de deputado, não seria por causa desta que eu passaria a ser um "político profissional". «Obviamente» - acrescentarei, se não se importam...
Da mesma forma, imagino que a profissão de Cavaco seja «economista» (ou «professor de Economia», ou coisa semelhante), profissão essa que não deixou de ter pelo facto de, durante alguns anos, ter sido Primeiro-Ministro.
Mas, no essencial, o caso volta a mostrar a obsessão de Mário Soares e do PS em atacar Cavaco tomando-o como ponto de referência, caminho esse que Alegre também começou por percorrer mas que parece ter abandonado recentemente.
Como diz um amigo meu: «Se fez bem ou mal, não sei - veja-se pelos resultados»...
Trata-se de decidir (imagine-se!) se Cavaco Silva é - ou não - um político profissional.
O visado diz que não - sem parecer interessado em voltar a falar no assunto; mas Mário Soares e o PS garantem que sim - e acham que o caso é do maior interesse para o país.
Depois de consultar um dicionário (que me diz que «profissional é uma pessoa que é regularmente remunerada pelo trabalho que executa»), resolvi tentar colocar-me na pele do visado para arrumar ideias:
Eu acabei o meu curso no IST em 1970 e, a partir daí, passei a responder «engenheiro» quando me perguntavam qual era a minha profissão.
E se, por hipótese, eu tivesse sido deputado durante algum tempo, mesmo nessa altura continuaria a responder o mesmo; e também se, após uma dúzia de anos, regressasse à empresa onde havia trabalhado trazendo no bolso uma reforma de deputado, não seria por causa desta que eu passaria a ser um "político profissional". «Obviamente» - acrescentarei, se não se importam...
Da mesma forma, imagino que a profissão de Cavaco seja «economista» (ou «professor de Economia», ou coisa semelhante), profissão essa que não deixou de ter pelo facto de, durante alguns anos, ter sido Primeiro-Ministro.
Mas, no essencial, o caso volta a mostrar a obsessão de Mário Soares e do PS em atacar Cavaco tomando-o como ponto de referência, caminho esse que Alegre também começou por percorrer mas que parece ter abandonado recentemente.
Como diz um amigo meu: «Se fez bem ou mal, não sei - veja-se pelos resultados»...
7 Comments:
se por um lado concordo consigo quando diz que MS e o PS estão de longe a exagerar na sua persiguição de Cavaco por ter dito aquilo, também me sinto obrigado a referir que quando o disse, Cavaco Silva, quis refrescar a sua imagem perante a opinião pública. Não o disse como um facto em que acredite, mas sim com segundas intenções.
Masterperas,
Claro! E não sou eu quem defenda o Cavaco - até embirro com ele.
O que digo, é que "nessas e noutras" o homem está a revelar-se um mestre, e os outros todos estão a "embarcar" nas armadilhas dele.
Começando por o transformar na personagem principal (que é o pior que se pode fazer).
«DN» de hoje:
(...)O ataque a Cavaco Silva pela reforma que recebe por ter sido primeiro-ministro foi um daqueles momentos "de instinto", não preparados previamente, e serviu a Mário Soares para abrir as hostilidades contra o opositor nesta campanha presidencial. "O ataque não foi pessoal, foi um ataque político. Soares irrita-se com o discurso de denegrir os políticos", garantiu fonte da candidatura ao DN. Mas o tema não foi objecto de discussão prévia pelo staff presidencial" foi lançado "espontaneamente", com Soares a ser impulsionado pelo "ambiente na sala".
Mas não se julgue que a marcação cerrada do candidato e ex-Presidente da República ao antigo primeiro-ministro vai ficar por aqui. Nem de perto, nem de longe. A ideia é mesmo a contrária "Obrigar Cavaco Silva a ir para o terreno", evitando que se mantenha a estratégia de resguardo que tem conseguido manter até esta altura.
(...)»
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Tontices, amigo Marocas... Tontices que te podem sair caras!
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Gorjão
o sr. professor Rosas aqui à uns tempos disse uma coisa acertada: quando cavaco por fim der entrada com os seus generais aí vamos ver o que dizem as sondagens; O general por antonomásia o eanes já exasperou o pires de lima e quejandos; depois temos o general Dias loureiro atascado de 'boa imagem' à frente do BPN, um homem muito bem nascido...and so on...
Curiosidade:
Cavaco viu o resultado das suas sondagens começar a descer quando começou a falar...
De facto, é da sabedoria popular que «o calado é o melhor» - que o digam Jerónimo de Sousa (quando perdeu a voz), Soares e Santana Lopes quando desataram a falar pelos cotovelos...
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Já dizia um conhecido meu:
«Nas reuniões, eu procuro nunca abrir a boca, porque um burro calado pode passar por sábio...»
O texto do presente "post" foi reunido com um anterior sobre a Coca-Cola e deram origem ao seguinte (publicado hoje no «Diário Digital»)
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Uma forma superior (?) de luta
I - VAI POR AÍ uma grande discussão sobre um assunto que, à primeira vista, não interessaria nem à Senhora de Fátima:
SERÁ CAVACO SILVA UM POLÍTICO PROFISSIONAL?
O visado diz que não - e não se mostra interessado em falar mais nisso; Mário Soares garante que sim – e acha que o caso é de grande interesse para o país.
Apesar de me parecer que o assunto não-tem-ponta-por-onde-se-lhe-pegue (pelo menos como problema nacional), tentei colocar-me na pele do visado só para arrumar ideias:
Eu acabei o meu curso do Técnico em 1970 e, a partir daí, passei a responder «engenheiro» quando me perguntavam qual era a minha profissão. E se, por hipótese, eu tivesse sido deputado durante algum tempo, mesmo nessa altura continuaria a responder o mesmo; e também se, após alguns anos, regressasse à empresa onde havia trabalhado trazendo no bolso uma reforma de deputado, não seria por causa desta que eu passaria a ser um "político profissional". «Obviamente!» – acrescentarei, se não se importam.
Da mesma forma, imagino que a profissão de Cavaco Silva seja «economista» (ou «professor de Economia», ou coisa semelhante), profissão essa que não deixou de ter pelo facto de, durante alguns anos, ter sido Primeiro-Ministro.
Mas, no essencial, o caso só revela a espantosa obsessão de Mário Soares e do PS em atacar Cavaco Silva, tomando-o como ponto de referência - caminho esse que Manuel Alegre também começou por percorrer, mas que abandonou recentemente, com os resultados que se conhecem.
II – QUANDO, numa loja ou num restaurante, alguém se depara com uma cola de uma marca desconhecida, em geral pensa na Coca-Cola e faz comparações com ela. Esta, por sua vez, ao ser tomada como padrão, é "colocada num pedestal" mesmo que não tenha sido essa a intenção do consumidor.
Ora não é exactamente isso o que estão a fazer os que usam Cavaco Silva como tema recorrente nos seus discursos, textos e argumentos? Não se apercebem da tristíssima figura que fazem ao colocarem-se, por sua livre iniciativa, na posição de «olhar para ele de baixo para cima»?! É estranho mas, de facto, não; não se apercebem!
Face a essa ingenuidade (e da mesma forma que não passa pela cabeça da Coca-Cola dizer mal das outras colas), Cavaco também não se refere – sequer... – aos seus concorrentes. É por essas e por outras que se vê que o homem aprendeu mais em 10 anos do que os outros todos em 30 e, embora não gostando muito dele, reconheço que tenho de lhe «tirar o chapéu»!
NOTA 1: Resolvi, também, recorrer a um dicionário, que me diz que «profissional é uma pessoa que é regularmente remunerada pelo trabalho que executa».
Assim, imagino que um «político profissional» seja «alguém que tem a sua principal fonte de rendimentos na actividade política», e não «quem durante algum tempo exerceu essa actividade», mesmo que venha a receber uma reforma devido a esse facto.
«Políticos profissionais» seriam, pois, pessoas como Carlos Carvalhas, Alberto João Jardim, Jorge Coelho, Paulo Portas, etc. – o que, em si mesmo, «não é mau nem bom», mas o que parece corresponder verdadeiramente à definição da expressão em causa.
NOTA 2: A velha frase «Falem bem ou mal de mim, mas falem de mim!» (que já foi atribuída a muita gente) teve, mais recentemente, uma variante curiosa: «Quando disserem mal de mim, não se enganem a escrever o meu nome!».
No ABRUPTO:
«É triste ver o desespero de causa que leva Mário Soares a levantar a questão da pensão de Cavaco. É a mais desapropriada das questões, em particular, vinda de Mário Soares que se pensava estar acima deste tipo de ataques rasteiros, que nele tem o precedente da campanha contra a situação conjugal de Sá Carneiro. É exactamente o mesmo tipo de tiros desesperados, alimentando a nossa inveja socializada de país pobre, que normalmente se voltam contra quem os dispara. O problema é que no caminho deixam lama por todo o lado, atingindo sempre mais quem mais próximo está dos defeitos típicos do nosso sistema político e do seu crónico desprestígio. E isso, queira-se ou não, seja injusto ou não, será sempre mais fácil de cair em cima de um político como Soares do que de um político como Cavaco».
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