29.10.05

A CML e o "preço certo" da cultura

DURANTE muito tempo, fui um utilizador da Biblioteca das Galveias, em Lisboa. Mas comecei a embirrar com uma particularidade:

Na sala de leitura dos jornais havia (e se calhar ainda lá há) um telefone, daqueles com campainha estridente...

Quando tocava (o que sucedia com frequência), alguma funcionária de serviço lá vinha atendê-lo, e ali ficava a conversar em voz alta, perturbando, impassível, o sossego de toda a gente.

Nunca vi ninguém reclamar nem, sequer, lançar um olhar de censura que acompanhasse o meu!

Resolvi, então, mudar-me para a Biblioteca do meu bairo, onde não é preciso telefone para incomodar quem lê: as próprias funcionárias encarregam-se de conversar entre si em voz suficientemente alta. Fartei-me, e estou a pensar em procurar outro poiso, especialmente porque...

... uma das vantagens que esta biblioteca tinha era a possibilidade de tirar fotocópias A4 por 5 cêntimos. Ora esta semana entrou em vigor um novo "tarifário":

«Passou para 16 cêntimos, que é o preço real» - informaram-me, mostrando-me uma tabela feita para utilizadores-pagadores.

Felizmente, descobri ali perto um quioque de jornais, onde uma velhinha faz o mesmo por 10.
Assim, só preciso de convencer as funcionárias da biblioteca a emprestarem-me os jornais durante um ou dois minutos...
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Imagem: www.oxcis.ac.uk/newbuild/Kuwait%20Library.jpg

1 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Um leitor escreveu-me a dizer que tem uma pequena loja onde tira fotocópias por 5 cêntimos, e não se queixa...

31 de outubro de 2005 às 11:39  

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