«Depois» - um advérbio bem português
DURANTE a semana que passou morreram 23 (!!) pessoas atropeladas em Lisboa - algumas delas em passagens de peões!
Quantos desses desastres terão sido verdadeiros «acidentes» - como a maior parte das pessoas lhes chama?
Quantos poderiam - e deveriam - ter sido evitados?
Quantos desses desastres terão sido verdadeiros «acidentes» - como a maior parte das pessoas lhes chama?
Quantos poderiam - e deveriam - ter sido evitados?
(Jornal «metro», de hoje)
Já agora, mais algumas questões:
O que é que foi feito «antes» (em vez de «depois»...), especialmente nos habituais locais de atropelamento?
Quanta gente foi condenada, nos últimos anos, por crime rodoviário?
Não será aqui aplicável a velha frase de que «os gestores (e políticos) portugueses são muito bons a resolver os problemas que eles próprios criam»?
2 Comments:
NOTA: A frase final («Os gestores portugueses são muito bons a resolver os problemas que eles próprios criam») consta do relatório de uma empresa internacional de consultadoria no seguimento de uma análise feita aos gestores e empresários nacionais.
Texto publicado no «Público-Local» em 21 Dez 05 e no «metro» no dia 22:
A nossa guerra perdida
Como se sabe, George W. Bush enfrenta problemas sérios de popularidade motivados, entre outras razões, pela guerra no Iraque - onde morrem, em média dois soldados norte-americanos por dia.
Ora, por cá, há quem ache perfeitamente natural que, só numa semana e só em Lisboa, morram 23 pessoas atropeladas (mais de três por dia!), algumas das quais em passadeiras para peões!
Como eu não acho natural (e muito menos aceitável), aqui deixo algumas questões:
Quantos desses «desastres» terão sido verdadeiros «acidentes» - como a maior parte das pessoas lhes chama?
Quantos poderiam - e deveriam - ter sido evitados?
E, já agora, quanta gente foi condenada, nos últimos anos, por crime rodoviário?
Como é que as autoridades (governamentais e municipais) explicam que se facilite a velocidade elevada onde ela devia ser baixa e, inversamente, obriguem a velocidades baixas onde deviam ser elevadas?
Para ilustrar este último caso, aqui fica uma imagem de uma situação já mil vezes denunciada sem que se veja qualquer intenção séria de a alterar:
Uma mão-cheia de automóveis particulares (neste exemplo vê-se até um com o logótipo da CML!!!) estacionam impunemente nas paragens de autocarros, obrigando estes a parar nas faixas de rodagem. Tanto quanto se percebe, os gigantescos engarrafamentos que provocam nas horas de ponta não preocupam minimamente quem os devia impedir.
Mas trata-se de situações mil vezes referidas e denunciadas.
Tudo continua (e continuará na mesma) porque quem as deveria reprimir não mostra qualquer sensibilidade para estes problemas que afectam o comum-dos-mortais.
E, pelo que vamos conhecendo dessa gente, não há que alimentar esperanças - nem grandes nem pequenas!
--
(A imagem referida, que foi publicada juntamente com este texto, é a que se pode ver em
http://photos1.blogger.com/blogger/7955/749/1600/IMG_%20011.jpg
Enviar um comentário
<< Home