10.12.05

Os patrocinadores

Aventuras e desventuras de Jeremias na Sociedade da Informação

- Os miúdos, hoje em dia, só se interessam por jogos, telemóveis e internetes! – queixava-se-me um dia a Dra. Micronésima, Professora de História, no meio do rosário de queixas habitual em casos desses.

Não a interrompi; deixei-a desabafar demoradamente (limitando-me a fazer que sim com a cabeça de tempos a tempos), até que ela me expôs, por fim, a sua ideia:

Pretendia, com a minha colaboração (e recorrendo às novas-tecnologias), arranjar uma maneira de interessar os alunos pela sua disciplina.

A forma de o fazer ficaria totalmente ao meu critério pelo que, no dia seguinte, lá fui até à escola, para assistir a uma aula e ver como poderia ser útil.

No entanto, como não gostei do que vi e ouvi, pedi algum tempo para pensar, e regressei a casa para matutar melhor no assunto.

E ESTAVA eu deitado ao comprido, de barriga para o ar no sofá da sala, com os olhos semi-cerrados e atento ao zumbir das moscas, quando tive uma ideia fabulosa:

Convencer os jovens a fazer uma página de Internet em que o tema fosse - para começar - a História de Portugal!

Na realidade, se fosse só isso, a ideia não seria muito original, mas o certo é que eu pretendia fazer algo muito melhor e mais completo: arranjar quem quisesse financiar esse trabalho – dado que eu já me habituara à ideia de que, quase sempre, era possível ganhar-se dinheiro com todo e qualquer assunto.

E foi assim que dei comigo a pensar como é que seria possível desencantar patrocinadores para um programa de ensino de História de Portugal.

Por exemplo, e para começar, que tal descobrir firmas que quisessem associar os seus nomes a alguns reis – já não digo a todos, mas, pelo menos, a alguns?

Fui então buscar o meu velho livro da Escola Primária, peguei nos nomes dos nossos monarcas um-por-um, e desatei a fazer pesquisas na Web tentando descortinar empresas que, de qualquer forma, pudessem estar relacionadas com eles.

O resto viria depois – e seria fácil.

E só vos digo: como é que ainda ninguém pensou nisso?

Ora vejam só:

Para o D. Afonso III, O Bolonhês, havia de ser fácil arranjar-se uma pizzaria que o quisesse adoptar, pois quase todas vendem pizza à bolonhesa.

Para D. Dinis, O Lavrador, também não havia de ser difícil desencantar um restaurante que o quisesse para patrono – pois há-os, com esse nome, às dúzias e por todo o lado.

E, mesmo que não se arranjasse nenhum interessado, havia de aparecer alguma loja de alfaias agrícolas.

Quanto ao D. Afonso IV, estava meio-caminho-andado, pois o seu cognome até já estava relacionado com uma conhecida marca de esfregões (*).

Ao D. João I, O da Boa Memória, seria facílimo associar um remédio para o cérebro dos estudantes…

E assim por aí fora, sem escapar a Terceira Dinastia, pois até para os Filipes (e logo três de uma vez só!) era capaz de se arranjar o apoio de um grande fabricante de material eléctrico, especialmente se passarmos a escrever o nome deles à antiga – talvez Philipes fosse aceitável...
--

(*) Esfregões BRAVO, passe a publicidade...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Essa dos esfregões BRAVO está muito boa!!

:)

10 de dezembro de 2005 às 14:08  
Anonymous Anónimo said...

forno a lenha, marca Ramalho, de três cores

http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=+%22+marca+ramalho&meta=

Snooker, marca Sampaio, taqueira c/ relógio. Bom preço. P/ desocupar. Charneca de Caparica
http://64.233.183.104/search?q=cache:9AhldDvtiv8J:www.ocasiao.pt/conteudos/index.cfm%3Faccao%3DListarRegistos%26Cate_ID%3D111%26Pagina%3D2+%22marca+sampaio&hl=pt-PT

Salsichas Soares &

http://www.fumeirodearganil.com/cgibin/eloja21.exe?myid=soaresdamiao&lang=pt&title=01&show=/soaresdamiao/conts/historial.htm

Vende-se Cavaco marca Tonante, cor Marrom, com detalhes em preto
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-29825768--_JM

Isto quanto a vender, porque a dar Cavaco são às centenas as páginas encontradas.

11 de dezembro de 2005 às 01:23  

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