10.1.06

A economia da energia

O POUCO carinho com que, em Portugal, são tratados os transportes-públicos, torna-se mais visível e escandaloso face à actual crise da energia.

No entanto, vem a caminho uma solução inteligentíssima: aumentar os preços - sábia decisão que até a porteira cá do prédio, pessoa semi-analfabeta, era capaz de tomar:

Até há pouco, os aumentos de preços da electricidade estavam limitados para os consumidores domésticos e não-limitados para os industriais.

Numa medida que ja foi muito aplaudida por patrões (e sindicatos!), vai passar a ser ao contrário...
A bem da competitividade, claro.

Entretanto, no que toca a incentivar as economias de energia, estamos conversados.
Se os responsáveis (?) falam nisso, fazem-no tão em surdina que não se ouve nada.
***
Aqui fica um exemplo curioso:

Na casa onde moro, que tem mais de 50 anos, as canalizações de água foram instaladas por dentro das paredes e dos pavimentos, sem qualquer isolamento térmico.
Como, além disso, a casa-de-banho está longe do esquentador, o resultado é que se gasta imensa água e gás até que se tenha água quente.

Ora, nos últimos dias foram feitas obras no prédio, e os novos canos foram montados à-vista, mas também sem isolamento.

Devido às voltas que tiveram de dar, o seu comprimento até à casa-de-banho aumentou em mais de 10 metros, o que teve como resultado que passei a gastar muito mais água e gás - dado que o arrefecimento, no trajecto, passou a ser ainda mais considerável.

Resolvi então, e por minha conta, arranjar tubo isolante (que se pode colocar mesmo depois dos tubos estarem fixados) e recobri tudo.

Consegui, com isso, obter uma redução de consumo, e de tal ordem que, agora, gasto muito menos do que durante todos estes anos.

Fica apenas a pergunta:

Se há esses produtos isolantes (que até são baratos), porque é que não são obrigatórios (nos projectos, que têm de ser aprovados) ou, pelo menos, divulgados?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Em relação ao post sobre economia de energia... há casos que são quase anedota: uma pessoa que more em Belém (como eu) e que trabalhe no Monte de Caparica, num País civilizado poderia deslocar-se de transportes públicos e/ou bicicleta sem ver o seu orçamento familiar delapidado. Ora bem, aqui NÃO é um País civilizado - indo de bicicleta tenho de pagar 0,64 por cada travessia MAIS o preço da bicicleta - 1,60; no final do dia vou e venho do trabalho por uma módica quantia de 4,44 euro. Por outro lado, se for de automóvel, pago a portagem (que com via verde após 10 travessias vai baixando) aproximadamente 1,15 mais 2,5 litros de gasolina 95 (3 euro) - total 4,15 euro.

Depois há inúmeras campanhas de utilização de transportes e afins, diminuição de poluição... fora de questão está andar de bicicleta e/ou um "passe" social...

11 de janeiro de 2006 às 11:42  

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