1.3.06

O «Eduquês»

Novo livro já nas bancas - Extractos do prefácio:

O «EDUQUÊS» EM DISCURSO DIRECTO

NÃO É POSSÍVEL perceber o que se passa na Educação em Portugal sem conhecer um debate de ideias — umas vezes surdo, outras agressivo — que divide a opinião pública, cria desconforto entre profissionais de educação e pauta tomadas de posição de políticos e decisores.

De um lado, surgem pessoas, ideias e atitudes que têm tido um papel dominante na política educativa. Ideias que habitualmente se identificam, nem sempre de forma correcta, com a «escola moderna», com o «ensino progressista» ou com o «ensino centrado no aluno».

Ideias que se estendem por várias áreas políticas, que tiveram uma influência crescente no Ministério da Educação ao longo dos anos 80 e 90, que portanto vingaram sob a acção de governantes de partidos tão diversos como o CDS/PP, o PPD/PSD e o PS. Ideias que têm simpatias em todos esses partidos e noutros.


Do outro lado surge uma opinião pública difusa, que se manifesta descontente com o estado actual da educação e que tem a noção intuitiva de terem sido os teóricos da pedagogia dita moderna que
conduziram à situação presente.

1 Comments:

Blogger maloud said...

Pertenço à tal “opinião pública difusa”, e não sei como é que isto se resolve com os meninos, cujos pais não sabem o presente do conjuntivo.
Vou-lhes contar uma história {o Carlos já sabe como eu gosto de contar histórias} passada há 4 anos.
Foi dito ao meu filho turbulento, que poderia levar um colega, que não se charrasse, para estar connosco nas 3 semanas que passaríamos na Puglia e numa 4ª em que deambularíamos. A sua escolha recaiu sobre um colega que nunca tinha saído da Pátria e que nós só conhecemos 3 dias antes da partida. Este rapaz de 18 anos {festejou-os connosco} de Geografia nada sabia{ fez os 3000Km sem fazer a mínima ideia onde estava apesar dos Michelin}; Inglês nem uma frase conseguia alinhavar, connosco aprendeu a dizer Merci e Bonjour porque não era obrigatório; Picasso, Rembrant, Rodin, Chopin podiam ser todos rockeiros, nunca tinha ouvido falar{a mãe, que conhecemos antes da partida, dissera-me que ele se interessava muito por Arte}; Holocausto, Guerra Civil Espanhola, Mussolini, Hitler podia ser BD; Bush, Aznar, Blair, Berlusconi, podiam ser artistas de circo {aqui o palpite não saía tanto ao lado};nós falamos de uma forma normal, mas o meu filho dizia :Traduz que ele não percebeu.. Estará a pensar que levámos connosco um atrasado mental. Não o miúdo tinha uma certa esperteza intuitiva e sentido de humor. E era amável. O nosso rapaz tinha-lhe dito que eu detestava calão por mais soft que fosse, e ele era cuidadoso com as palavras. Um dia disse Gajo e imediatamente retirou a palavra, revelando atenção em relação a mim. Este menino, nada teve em casa porque os pais não podiam dar o que não tinham e a escola tinha-o posto no 12º ano com esta preparação.
Quando voltámos, eu que sempre considerara o nosso cadet um grunho, declarei-o apto à candidatura ao Nobel e a minha descendência disse, em coro, o que diz sempre: Bem vinda ao mundo real! Saíste da redoma!

1 de março de 2006 às 15:18  

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