Um astronauta nosso

UMA MÃO-CHEIA de alunos do básico e do secundário teve por duas vezes a tristeza de se verem impossibilitados de conversar com o astronauta brasileiro Mário Pontes, que, depois de 10 dias em órbita, regressou ontem à Terra.

Compreende-se o esforço dos educadores e dos radioamadores que apadrinharam a falhada tentativa, reconhece-se que um astronauta em órbita tem um duríssimo programa de trabalho e tem mais que fazer do que falar com os "penduras" que aproveitam um voo espacial para o abordar, condescende-se com a ingenuidade da iniciativa e impõe-se um incentivo a estas e outras das nossas crianças.

Daqui para a frente, elas devem é pressionar o Governo português a convencer a nossa Força Aérea a preparar um astronauta português que daqui a um par de anos também possa andar às voltas do nossoplaneta.

Têm sido tantos os pequenos países a fazê-lo que não compreendemos porque não há-de um português dar essa alegria às nossas crianças e esse estímulo à nossa comunidade científica como Pontes fez para o Brasil. Afinal, um programa destes custa menos do que organizar um campeonato juvenil de futebol.

«25ª HORA» - «24 horas» de 11 Abr 06