Obrigado, José
ESPERO que a maioria dos portugueses tenha visto, ou tomado conhecimento, do gesto de José Mourinho nos últimos instantes da partida contra o Manchester United, finda a qual o Chelsea se sagrou campeão de futebol de Inglaterra pelo segundo ano consecutivo.
Mourinho trocou, então, o seu cachecol pelo vermelho, verde e amarelo de um cachecol com a palavra "Portugal" e ficou com ele ao pescoço até no início dos festejos formais pela vitória do seu actual clube na Premier League.
Todos os ingleses conhecem Mourinho. Todos eles sabem que Mourinho é português. Mas dar com Portugal na cara do mundo e partilhar connosco aquele momento de felicidade é um gesto muito bonito pelo qual devemos ficar gratos.
Todo o mundo viu aquele jogo. Centenas de milhões de pessoas viram e leram o cachecol de Mourinho, ele que sabe como muito poucos gerir a sua imagem global, quer no mundo do futebol quer no âmbito da simbologia política quer ainda no domínio da gestão, direcção e liderança, onde temos tanto a aprender.
O gesto de Mourinho é muito bonito. Mesmo que os "rapa-tachos" venham a acusá-lo de "populismo sem escrúpulos" por mostrar que ama a sua pátria. Obrigado, José!
Publicado no «24 horas» de 1 de Maio de 2006
Etiquetas: JL
7 Comments:
Vamos esquecer que o JM nunca escondeu querer ser seleccionador nacional (cargo que, por acaso, poderá estar vago dentro de poucas semanas).
Os acessos de «patriotismo lusíada» que o Scolari exibe de vez em quando são muito mais divertidos.
Duarte
O Mourinho já afirmou que gostaria de ser seleccionador de Portugal, dentro de dez anos e, para isso, não precisa de enrolar um cachecol ao pescoço. Julgo que haverá unanimidade.
O cachecol tem muito que ver com a sua personalidade. Eu sou português e sou especial. Sou muito melhor que vocês ingleses.
Por outro lado, ele tem um contrato, para vender Portugal lá fora. E é um expert em marketing.
Mourinho, com a sua vaidade exacerbada e a sua paixão pelo espectáculo "eu e só eu", está no lote daquelas pessoas que é muito difícil levar a sério.
Tudo o que ele diz e faz é tão pouco natural, tão primário, que tem de se lhe "dar um desconto" que roça os 100%.
equanto isto acontecia, um grupo de ilustres pensadores em lisboa continuava a debater o projecto ICEP e a ideia "marca portugal"...
Os portugueses sempre foram reconhecidos pelo seu trabalho e competência no estrangeiro.
Sinceramente não preciso que associem a imagem do meu país à vaidade, intolerância e falta de «fair-play» de Mourinho.
Caro, Joaquim Letria
Qual o turista que viajaria para um país de mourinhos arrogantes, em férias (sem ser de férias, também) gostamos de pessoas, afáveis, simpáticas e disponíveis.
Gosto muito de Portugal, mas, colocar o José como nosso embaixador?
Até já comecei à procura nos supermercados de garrafas de vinho com cápsulas de plástico só para marcar uma posição, portanto.
Este "patriotismo-à-base-de-bola" é uma coisinha chocha e pelintra, mas parece que é o melhor que se arranja por aí. No entanto, há que reconhecer que também não vem dele grande mal ao mundo.
Cada país tem o patriotismo que consegue arranjar, mas seria desejável que Portugal conseguísse subir um pouco mais alto do que o cachecol do Zé, "génio do pontapé na bola" que faz as delícias do «Portugal dos Pequeninos».
A.Rosa
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