4.6.06

Que mundo queremos, afinal? - I

Central fotovoltaica em... Toledo
(Não arranjei imagens da nossa)
OS ARGUMENTOS são conhecidos:
Se se gasta petróleo, carvão ou gás... é porque se liberta muito CO2
Se se faz uma central hídrica... é porque se altera o micro-clima e se inunda gravuras, habitats naturais e povoações
Se se fazem eólicas... é porque as "ventoínhas" desfeiam a paisagem
Se se fazem nucleares... há o problema dos resíduos e, acima de tudo, não esquecer Chernobyl
Se se fazem centrais de ondas ou de marés... não esquecer que são pouco rentáveis
Se se fala em economizar energia... todos assobiam(os) para o lado
No entanto, havia uma janela de esperança: as centrais fotovoltaicas não têm nenhum desses inconvenientes (pelo menos em grande escala) - e aí temos à porta a gigantesca (e muito bem-vinda!) Central de Moura (*).
Simplesmente, acabamos de saber que, pelo menos dessa dimensão, não deve haver mais nenhuma em Portugal nos próximos tempos pois, entretanto, as condições de financiamento e de preço de compra da energia foram alteradas, de tal forma que o investimento deixou de ser interessante.
Claro que o lóbi do petróleo não tem nada a ver com isso, mas é bem provável que agradeça a atenção...
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NOTA: A instalação de uma pequena unidade desse tipo numa propriedade particular esbarra com problemas burocráticos. Enquanto na RFA a autorização é imediata, em Portugal leva de 1 a 3 ANOS a obtê-la.
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(*) Correcções (7 Jun 06):
Tendo em conta o que se lê no «DN-Economia» de hoje, este post tem algumas incorrecções:
O projecto agora iniciado é o de Serpa, com 11MW de pico. Haverá outra central, em Moura, com 60MW.
Estão previstas ainda outras: Albufeira (10MW), MARL (6MW) e ainda pequenos empreendimentos com 2MW cada.