7.7.06

Os paga...dores

PARA se poder responder correctamente a esta pergunta é preciso saber, primeiro, a resposta a esta outra: «Há dinheiros públicos envolvidos ou não?»
É que, se houver, a resposta só pode ser sim - pois esse facto coloca os contribuintes portugueses na posição de patrões, e os jogadores e técnicos na de seus empregados; e seguir-se-ia uma terceira pergunta:
Desde quando é que um patrão não está autorizado a saber quanto ganham os seus funcionários?!

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Esta mesma questão já aqui foi colocada a propósito dos ordenados e regalias dos administradores do Banco de Portugal. Sabe-se qual a opinião dos envolvidos...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ao contrário do BP, a FPF não "é" do Estado. É uma empresa cujo negócio é o futebol e que recebe subvenções do Estado para praticar certos "serviços básicos" como o fomento do desporto nas camadas jovens blá blá. O termo "selecção nacional" é em termos estritos um abuso, já que a designação oficial é "selecção da FPF", e por sua vez a FPF "pertence" a uma cooperativa chamada FIFA, que também se defende de qualquer interferência estatal, como se viu agora com a exclusão da federação grega (não da Grécia!). Dito isto, ficam duas dúvidas: primeira- enquanto empresa, a FPF deve ser como as Lda. e não revelar as suas contas, ou deve ser como as SA e revelar as suas contas? Mesmo no caso das SA, só as cotadas em bolsa devem revelar os salários dos seus administradores e mesmo assim nem todas o acatam (Cofina usa uma artimanha legal e BCP só revela quanto ganham os 9 administradores em conjunto (26 milhões de euros em 2005)). Segunda dúvida: como a FPF recebe subsídios do Estado, não deveria por isso abrir os seus livros?

11 de julho de 2006 às 13:04  
Anonymous Anónimo said...

(continuação do comentário anterior) Mas os subsídios do Estado não servem para pagar os prémios do Mundial - este dinheiro vem da repartição de lucros da FIFA pelas federações participantes, na proporção dos seus resusltados na competição. A FIFA teve 200 milhões de euros de lucro em 2005, e deverá ter ainda mais em 2006, por isso bem pode pagar os 3 milhões ou assim à FPF pelo 4º lugar no Mundial. Por outro lado, o facto de o Governo se colar ao sucesso da selecção da FPF também tem um preço, e esse preço pode vir na forma de isenção de IRS (é isso que na prática está a dizer o presidente do sindicato dos jogadores de futebol, neste momento na TV). Ou então o Governo pode atribuir um subsídio adicional "para formação de camadas jovens". Vai dar ao mesmo.

11 de julho de 2006 às 13:09  

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