Grandes "números"!
I - Depois de ter andado a ver os preços de medicamentos de venda livre, o Observatório Português dos Sistemas de Saúde disse que eles subiram, enquanto o Governo garantiu o oposto.
II - Se alguém quiser saber se, com o simplex, o custo de constituição de uma sociedade baixou ou subiu, o melhor é ir à bruxa, pois a Ordem dos Notários diz que subiu e o Governo garante que baixou.
III - Os valores do crescimento económico, do desemprego, da criminalidade ou das áreas ardidas também podem subir ou baixar, conforme o "observador", desde que estejam em causa números que tenham uma leitura política.
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Enfim, é como se um ascensor estivesse em movimento à vista de toda a gente, e uns garantissem que ele subia... enquanto outros juravam que descia - cada um usando o "referencial" que lhe desse mais jeito, prazer ou dividendos.
Claro que tudo isso tem um pouco de «rábula» e de «anedota», mesmo tendo em conta as diferenças: as rábulas (como bem sabemos graças a Vasco Santana, António Silva ou Raul Solnado) podem ser ouvidas vezes sem conta, enquanto que as anedotas, pelo contrário, só têm graça (se a tiverem...) da primeira vez.
Por sinal, acabámos de ouvir uma anedota "com barbas" e que até já esperávamos: a relativa aos valores das adesões à greve da Função Pública - que foram, ao mesmo tempo, de 10% (segundo o Governo), e de 80% (segundo os sindicatos).
Mas porque será que estas «anedotas percentuais», contrariamente à regra, têm sempre graça? Será porque alguns dos actores não se apercebem da triste figura que fazem ou porque, de facto, «não há regra sem excepção»?
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