A minha sexta-feira 13 (*)
QUANDO, na última sexta-feira 13, o despertador me fez saltar da cama, nunca pensei que o meu dia viesse a ser diferente de outro qualquer.
Mas a breve trecho me apercebi de que estava equivocado, pois logo que tentei abrir a torneira da água quente fiquei com ela na mão. Essa partida do destino acabou por me sair cara, pois o meu vizinho José, canalizador, levou-me coiro e cabelo para - por especial deferência, segundo me fez saber - ma vir compor antes do pequeno-almoço.
Pouco depois, foi a vez do meu carro não querer pegar, e já sei que vem a caminho a correspondente despesa que terei de pagar ao Francisco, mecânico.
Ora como, entretanto, se fizera tarde, acabei por ter de pedir ao Manuel, taxista (também meu vizinho), que me levasse ao emprego - e mais uma vez a brincadeira me saiu cara devido ao trânsito infernal a que, com o atraso, já não me consegui furtar.
O meu dia prosseguiu com peripécias de igual jaez, e ainda incluiu um vírus de computador que me valeu mais uma verba gorda que foi direitinha para os bolsos do João-dos-bits.
Quando, ao fim do dia, me apercebi de que o fogão também se avariara, já não estranhei, mas também não quis saber de mais nada: saí porta-fora, e fui jantar ao restaurantezito que há aqui mesmo em frente.
Assim que me sentei, a patroa, vendo o meu ar nervoso, perguntou-me o que é que se passava comigo. Limitei-me a dizer-lhe, sem entrar em grandes pormenores, que o meu dia fora uma sucessão de desgraças alternando com azares - e foi nessa altura que ela me recordou, rindo, que era sexta-feira-13.
- Mas olhe que não correu mal a toda a gente… - comentou ainda, sem perder o sorriso que lhe animava os lábios.
E apontou-me para uma mesa onde um grupo de pândegos brindava à boa-sorte.
Adivinharam:
Lá estava o José-canalizador, o Francisco-mecânico, o Manuel-taxista, o João-dos-bits…
Ah! E também o Chico-carteirista que, pelos vistos, foi o filho-da-mãe que…
(*) Publicado no «Diário Digital» e no «metro» em 13 Jan 06 - sexta-feira...
Mas a breve trecho me apercebi de que estava equivocado, pois logo que tentei abrir a torneira da água quente fiquei com ela na mão. Essa partida do destino acabou por me sair cara, pois o meu vizinho José, canalizador, levou-me coiro e cabelo para - por especial deferência, segundo me fez saber - ma vir compor antes do pequeno-almoço.
Pouco depois, foi a vez do meu carro não querer pegar, e já sei que vem a caminho a correspondente despesa que terei de pagar ao Francisco, mecânico.
Ora como, entretanto, se fizera tarde, acabei por ter de pedir ao Manuel, taxista (também meu vizinho), que me levasse ao emprego - e mais uma vez a brincadeira me saiu cara devido ao trânsito infernal a que, com o atraso, já não me consegui furtar.
O meu dia prosseguiu com peripécias de igual jaez, e ainda incluiu um vírus de computador que me valeu mais uma verba gorda que foi direitinha para os bolsos do João-dos-bits.
Quando, ao fim do dia, me apercebi de que o fogão também se avariara, já não estranhei, mas também não quis saber de mais nada: saí porta-fora, e fui jantar ao restaurantezito que há aqui mesmo em frente.
Assim que me sentei, a patroa, vendo o meu ar nervoso, perguntou-me o que é que se passava comigo. Limitei-me a dizer-lhe, sem entrar em grandes pormenores, que o meu dia fora uma sucessão de desgraças alternando com azares - e foi nessa altura que ela me recordou, rindo, que era sexta-feira-13.
- Mas olhe que não correu mal a toda a gente… - comentou ainda, sem perder o sorriso que lhe animava os lábios.
E apontou-me para uma mesa onde um grupo de pândegos brindava à boa-sorte.
Adivinharam:
Lá estava o José-canalizador, o Francisco-mecânico, o Manuel-taxista, o João-dos-bits…
Ah! E também o Chico-carteirista que, pelos vistos, foi o filho-da-mãe que…
(*) Publicado no «Diário Digital» e no «metro» em 13 Jan 06 - sexta-feira...
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