HCESAR
OFERECERAM-ME, por estes dias, uma máquina de escrever portátil “Hermes Baby”.
A máquina está impecável e já é objecto de colecção. Mais um a acrescentar às minhas Remington, Royal, Olivetti, à checa Cônsul, esta última mais de aço do que um Skoda e com teclado mais ágil do que um moderno “lap top”.
Curioso como colecciono máquinas de escrever, nas quais trabalhei, como estimo, limpo, lavo e uso velhas canetas de tinta permanente ou bolígrafos de prata, feitos à mão. Se tal tem a ver com a escrita, lá terei, um dia destes, de me dedicar também às penas de pato, aos estiletes próprios do papiro e ao escopro e martelo das pedras da escrita do tempo de Hamurabi, antes de me abandonar ao Bill Gates ou me entregar aos fulanos da maçã.
Nesta Hermes Baby, o mais curioso é o seu teclado nacional HCESAR, no qual descubro ser eu, ainda hoje, mais rápido do que no AZERT ou no QWERTYU, pela sua concepção e distribuição das letras mais utilizadas no nosso idioma. Curiosa, a evolução da tecnologia da palavra e triste como a língua portuguesa, de há anos para cá, nunca parou de ceder.
«25ªHORA» - «24 horas» de 14 Nov 06
Etiquetas: JL
2 Comments:
Segundo li algures, as primeiras máquinas de escrever procuravam, logicamente, uma disposição de teclas que tornasse mais rápido o trabalho.
No entanto, a rapidez excessiva levava, com frequência, a que encravassem, pelo que a disposição inicial teve de ser alterada... para PIOR (!)
O actual QWERTY foi criado após certos estudos indicarem que se tratava da disposição mais ilógica para a escrita nas máquinas de escrever, travando a velocidade de escrita e reduzindo grandemente as probabilidades de se encravar as "letras" umas nas outras.
Mas isto também é segundo o que li algures...
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