O nosso Ferreira

AO CONTRÁRIO do que hoje sucede em tantos outros países, onde as comunidades portuguesas ou de luso-descendentes cada vez se envolvem mais na criminalidade e onde os tradutores de português cada vez têm mais trabalho para os tribunais e para a Polícia, em França, onde temos uma presença maciça desde a década de 60, mantemos uma respeitabilidade de que nos podemos orgulhar.

A contribuir para que assim seja, há figuras características de portugueses, ou de filhos de portugueses, a quem muito devemos, apesar de serem sempre esquecidos quando chega o momento de lhes agradecer.
Veja-se o caso de François Ferreira, um filho de portugueses com 33 anos de idade, morador nos subúrbios de Paris, onde tanta violência se tem registado de há um ano para cá.

Porteiro, ele serve de mediador de conflitos e conhece a realidade de todos os moradores e vizinhos, apaziguando os ânimos quando a violência se aproxima.

“Perguntem-me o que quiserem sobre cada um e verão como eu os conheço. Quando há conflitos, faço de intermediário e tudo se resolve rapidamente!”

François Ferreira já é reconhecido pelos franceses. E nós, não podemos fazer nada por ele?!

«25ª HORA» - «24 horas» de 1 Nov 06