Discriminação

HÁ POUCO TEMPO, uma representação de deficientes dirigiu-se a titulares de cargos políticos para lhes pedir que os deficientes sejam menos discriminados.

Não tive notícia da audiência, mas não tenho dúvidas de que terá decorrido num clima da melhor compreensão e de profundo entendimento. Não terá deixado de surpreender alguns peticionários o facto de serem menos deficientes do que alguns daqueles por quem eram recebidos, o que, aliás, se podia antecipadamente depreender de certo trabalho político por eles desenvolvido nos últimos anos da democracia.

Se há coisa de que os deficientes portugueses se não podem queixar é da dificuldade de acesso a cargos políticos, muito pouco, ou nada ocupados por mulheres, romanis, luso-africanos e luso-orientais, esses sim, banidos das bancadas de todo o espectro político e só raramente tolerados em cargos subalternos de empresas, mais aptas a explorarem a sua capacidade de trabalho e a sua invejável resistência.

«25ªHORA»- «24 horas» de 11 Jan 07