18.1.07

Enquanto não se dá o milagre

www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1282793&idCanal=96
Como se trata de um escândalo que já vem de longe (e que não parece estar em vias de terminar), um verdadeiro milagre será encontar-se, um dia, uma autoridade capaz de descobrir a origem destas descargas - algo que, muito provavelmente, só não faz quem não quer.
Claro que não faltará quem garanta que não actua "por falta de meios" - especificando, porventura, que está à espera dos novos submarinos para ir pela ribeira acima descobrir o mistério.
Mas, enquanto vêm e não vêm esses submersíveis topo-de-gama, aqui fica uma sugestão económica:

4 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Este submarino, todo em madeira, está (ou estava) em Barcelona,em cujo porto chegou a navegar.

18 de janeiro de 2007 às 14:31  
Anonymous Anónimo said...

O ministro do Ambiente estava à espera do QREN para tratar destes casos.
Agora é que isto vai!

18 de janeiro de 2007 às 16:12  
Anonymous Anónimo said...

A gente ri-se, mas isto é uma autêntica vergonha.
Não só o facto em si, como a impunidade sistemática.

O próprio facto de ter de haver uma Comissão de Defesa da Ribeira já diz tudo!

Curiosamente, os sucessivos Ministros do Ambiente nunca têm nada a dizer. Nem o actual nem os anteriores.

Ed

18 de janeiro de 2007 às 19:35  
Anonymous Anónimo said...

Descargas diárias impunes sujam ribeira dos Milagres

(«DN» de hoje)

Mais uma descarga de efluentes suinícolas, na noite de quarta- -feira, indignou os defensores da ribeira dos Milagres, no concelho de Leiria. Desde o fim da época balnear, em meados de Setembro, que a poluição percorre, todos os dias, o leito daquele pequeno curso de água em direcção à foz do rio Lis. Em pequenas quantidades, de modo controlado, o que levou os moradores a "ir deixando passar", já sem protestar, por terem "baixado os braços", perdida que estava a esperança de verem o problema resolvido até à conclusão dos sistemas de despoluição, previstos lá para 2009.

José Carlos Faria, a face visível da comissão local de defesa da ribeira, explicava, assim, ontem de manhã, o dia-a-dia da ribeira que passa a escassos 50 metros da sua porta, no decurso dos últimos quatro meses. "Temos estado calados", diz, mas na noite de quarta-feira, por volta das 22.00, "fomos alertados pelo mau cheiro". No seu grupo, "os mesmos de sempre", diz, ainda houve quem filmasse as águas negras e os espessos tapetes de espuma que as cobriam. No entanto, declara já não acreditar que "alguma coisa mude nos próximos tempos". "Só nos resta o Parlamento Europeu", frisa, dizendo que vão recorrer de novo às instâncias europeias por "falta de resposta das autoridades portuguesas". "Já batemos a todas as portas, a fiscalização não é feita e a GNR quando é chamada não encontra a fonte da descarga", queixa-se o rosto da comissão de ambiente. Mas a história da correspondência entre a comissão e o Comité das Petições do Parlamento Europeu também já é longa e com pouco resultado, embora nada seja comparável a 30 anos de contaminação a que as águas da ribeira têm estado sujeitas.

Desde essa altura, quando se instalaram as primeiras suiniculturas, que as águas foram, progressivamente, servindo para escoar os dejectos dos suínos, enquanto a produção e o número de explorações agro--pecuárias aumentavam na região, grande parte sem licenciamento, como admitiram diversas entidades com responsabilidade na matéria.

Em Junho de 2003, um acidente numa das maiores empresas do sector foi de tal modo grave que levou à interdição da praia da Vieira a banhos. Mas o problema da poluição na bacia hidrográfica do rio Lis não se esgota na ribeira dos Milagres. Exemplo disso foi o corte da água de abastecimento público, durante cinco dias, em toda a cidade de Leiria, em Setembro de 2002. Neste caso, a contaminação vinha também do subsolo das Serras de Aire e Candeeiros. Os ambientalistas locais, alguns actualmente afastados das associações, começaram a falar do armazenamento de esgotos, domés- ticos e industriais por toda aquela área há umas duas décadas.

Quando foi necessário cortar a água à capital de distrito, técnicos da Direcção Regional de Ambiente procuraram fontes poluidoras a montante da nascente do Lis. Concluíram que os caudais reduzidos permitem a manutenção dos depósitos em profundidade, uma parte dos quais as chuvas torrenciais arrastaram daquela vez. Para prevenir situações semelhantes, o município de Leiria associou-se a um novo sistema que engloba diversas autarquias, com o qual pretende abastecer-se a partir do Mondego. E tem vindo também a preparar captações de água do lado oposto da cidade.

Na área da serra, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, continuam os lugares onde as casas não dispõem de saneamento doméstico e empresas igualmente ligadas a fossas. Na zona, tal como aconteceu com Leiria, a opção para o saneamento básico foi começar pelos maiores aglomerados urbanos. E a uma boa parte das áreas rurais ainda não chegou. Leiria, em todo o concelho, tem uma cobertura de 70%.

19 de janeiro de 2007 às 10:48  

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