17.1.07

Portanto, «Correcto e afirmativo!» - como se diz na tropa

O verdadeiro desastre
Tem sido muito comentado o facto de uma vítima de um desastre em Odemira ter demorado 7 horas para chegar a Lisboa, onde acabou por morrer. Como se sabe, esse trágico acontecimento veio a ser condimentado com uma declaração do Ministro da Saúde garantindo-nos que tudo se passou de forma "correcta" - não se justificando, portanto, qualquer inquérito para apurar responsabilidades.
Mas, pensando bem, nada disso é verdadeiramente de espantar. O que sucede é que o caso da Saúde, por afectar quase toda a gente, é aquele onde mais se nota a falta de sensibilidade do respectivo ministro - aspecto em que, por sinal, o nosso é imbatível.
E o problema não é só de agora (nem só deste ministro, nem só do nosso país), pois os governantes, de um modo geral, vivem numa realidade à parte, isolados do mundo-real, e por isso alheios às dificuldades do cidadão-comum, que só conhecem de "ouvir dizer". Ou alguém acredita que eles saibam, verdadeiramente, o que é estar 6h numa bicha da Segurança Social, uma manhã num Centro de Saúde ou uma tarde nas Finanças? Alguém imagina que eles tenham a experiência REAL de ficar a secar numa maca, num corredor de um hospital, ou, sequer, a de saborear os apertos dos transportes públicos em hora de ponta?
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Transcrito no «Público/Local-Lisboa» em 19 Jan 07

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gostaria de saber como reagiriam estes burocratas se fosse algum familiar seu!

17 de janeiro de 2007 às 20:42  

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