O Estado matou
A MORTE dos pescadores de Caxinas, a 30 metros de terra, na rebentação da Praia da Légua e à vista dos mirones, não é novidade. Julgávamos era não ser possível acontecer hoje, num Estado europeu, membro da NATO, armado com fragatas para o Báltico, com biliões enterrados em F16 por desencaixotar e mergulhado em negócios milionários de submarinos nucleares.
Meios de socorro simples não podem demorar horas a serem accionados quando vidas humanas estão em jogo. Muito menos se pode admitir que burocratas, civis ou militares, invoquem normas de procedimento para justificar a perda de vidas.
Não há justificação para tanta incapacidade. Bem podem pretender que fazem inquéritos. Até podem arranjar um juiz como o outro, que diga que os pescadores morreram de causas naturais. Podem repetir as rábulas ou inventarem as trapalhadas que quiserem.
Mais uma vez, o Estado matou. Quanto muito, neste caso, é homicida involuntário.É difícil convencerem-nos do contrário, depois de terem deixado, durante horas, os pescadores morrerem diante dos nossos olhos.
«25ªHORA» - «24 horas» de 8 Jan 07
Etiquetas: JL
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